Os ferroviários contratados pela SC Metrovias para prestarem serviços à Ferrovia Novoeste, do grupo ALL (América Latina Logística), encaminharam ontem ao MPT (Ministério Público do Trabalho) denúncia sobre as precárias condições de trabalho e de alojamento dos funcionários que realizam os serviços de manutenção dos trilhos em Mato Grosso do Sul. Ainda na segunda-feira, dia 9, eles pretendem ir à Assembléia Legislativa entregar aos deputados estaduais um relatório sobre as péssimas condições de serviço.
No Estado, são 280 trabalhadores que realizam o serviço considerado “mais pesado” da malha ferroviária, no trecho entre Três Lagoas e Corumbá. Eles denunciaram que são colocados em alojamentos sem as mínimas condições, construídos ao longo do percurso, para realizar os serviços de reparos dos trilhos.
Os ferroviários denunciam que a situação mais grave é no Porto Esperança, próximo a Corumbá, onde os trabalhadores precisam ficar quase um mês confinados em uma construção abandonada, sem sanitários e sem água potável. Segundo o coordenador-geral do Sindicato de Trabalhadores em Empresas Ferroviárias de Mato Grosso do Sul, Roque José Ferreira, recentemente 15 funcionários ficaram confinados no local sem receber salários e permanecendo no local por 17 dias.
Ferreira alerta que muitos desses trabalhadores correm riscos e podem ter sérios problemas de saúde por estarem vivendo em um local com condições precárias. “Não tem como manter os funcionários nessas condições”, afirmou o coordenador do Sindicato ao Midiamax, completando que a empresa responsável chegou a demitir os 15 trabalhadores depois que foi acionada pela entidade de classe.
Na denúncia encaminhada ao MPT foi solicitado que a empresa disponibilize hotéis, ao menos na cidade de Corumbá, para manter os funcionários. O Sindicato acionou ainda a Novoeste e a ALL, mas, por enquanto, nenhuma providência foi tomada para disponibilizar melhores alojamentos aos funcionários. “Enquanto eles não arrumam os lugares para manter os funcionários devem fornecer locais com condições para que eles possam ficar”, explicou Ferreira.
Em documento encaminhado ao MPT eles também se queixaram da jornada de trabalho que hoje é de 12 dias diretos com apenas três dias de repouso. Eles também não recebem horas extras, adicionais, ou diárias, sendo que os trabalhadores não são submetidos a exames médicos ao ingressar o deixar o serviço e nem possuem caderneta de ponto.
Mídia Max
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