Especialistas consideram o consumo de crack um problema de saúde pública. A solução, ou pelo menos uma diminuição significativa do número de casos de dependência, é um desafio para as autoridades.
Uma pesquisa desenvolvida pela PUC Minas abordou o assunto. O professor Luis Flávio Sapori, sociólogo, coordenador da pesquisa e do Centro de Pesquisas em Segurança Pública da universidade, e a professora e antropóloga Regina Medeiros comentam sobre a análise que aborda o assunto.
“Os trabalhos foram realizados ao longo de um ano e meio – de dezembro de 2008 a julho de 2010 – com recursos do Governo Federal e que envolveram professores do curso de Ciências Sociais da PUC e de pesquisadores do Centro Mineiro de Toxicomania (CMT)”, explicou Sapori. O objetivo foi saber como o consumo do crack impacta na segurança e na saúde pública.
“Uma das conclusões é de que não é possível ter um perfil do paciente que usa a droga. Identificamos três diferentes. O psicótico, que tem comprometimento mental por causa do uso do crack. O segundo é o marginal travestido de usuário, que é aquele que, de certa forma, comercializa a droga e vive fugindo da polícia. O terceiro é o que chamamos de neurótico compulsivo, do tipo de paciente que quer tratamento e tem consciência da sua situação”, disse a antropóloga Regina Medeiros.
A especialista fala ainda que, anteriormente, o crack estava relacionado à população mais pobre, aos negros. Atualmente, a droga é encontrada independentemente de sexo, cor, posição social. “A situação é ainda mais grave”, disse Regina.
Sapori falou que o tratamento é muito difícil porque as pessoas estão despreparadas e precisam de um saber aprimorado e de definir metodologias.
“A pesquisa concluiu que o efeito da droga gera violência. O tráfico gera uma epidemia homicídios e roubos”, destacou Sapori.
Segundo a pesquisa, o crack gera um endividamento muito grande por causa da compulsão do usuário. “Daí vem os homicídios. O efeito da droga é muito rápido e a pessoa tem o desejo de consumir compulsivamente. A princípio ele é barato, mas, depois, sai caro”, completou Sapori.
Sapori finalizou dizendo que o problema do crack é um desafio para o próximo presidente da República e que merece uma ação na segurança e na saúde públicas.
Leia Também

Projeto cria programa para auxiliar professores na compra de casa própria

Um em cada três brasileiros foi vítima de fraude com cartão de crédito

Motociclista de 27 anos bate na traseira de trator e morre em vicinal

Sete pessoas morrem e três ficam feridas em acidente entre caminhão e van

Governo libera empréstimo consignado para beneficiários do Auxílio Brasil

Carro explode durante abastecimento e amputa pernas de frentista

Moradores relatam medo vivido em confronto com oito mortos

Trabalhador morre soterrado ao fazer limpeza em silo de grãos

Mulher invade escola e espanca aluna a pauladas
