A perspectiva de recuperação da agricultura brasileira em 2007 foi a tônica do pronunciamento do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Luís Carlos Guedes Pinto, na abertura da reunião conjunta do CNPA (Conselho Nacional de Política Agrícola) e do Conselho Nacional do Agronegócio, realizada ontem, dia 6, à tarde no Palácio do Itamaraty, em Brasília.
Guedes lembrou que, contrariando previsões que apontavam queda na produção agrícola deste ano, o que houve foi uma recuperação que já garante uma safra superior a do ano passado. Para o ministro, o resultado se deve à melhoria dos preços dos principais produtos no mercado internacional, ao clima e às políticas implementadas pelo Mapa, como a prorrogação de R$ 20 bilhões em dívidas dos produtores e o apoio à comercialização de 23,8 milhões de toneladas de grãos com o aporte de R$ 2,5 bilhões de recursos oficiais.
Ele afirmou que nos últimos quatro anos o país duplicou o valor das exportações, gerando um superávit de US$ 41 bilhões, que representa 90% do saldo da balança comercial brasileira. Comentando as críticas segundo as quais o aumento da produção agrícola no Brasil se dá em prejuízo da preservação ambiental, Guedes explicou que o país pode até triplicar sua produção sem derrubar nenhuma árvore, lembrando que a produção de soja e de carne bovina é muito pequena na Amazônia. Segundo ele, o desmatamento naquela região foi reduzido em 50% no ano passado e deve cair outros 40% este ano.
Após afirmar que já concluiu o relatório dos últimos quatro anos, ele elencou as prioridades do Mapa para a próxima gestão entre elas o controle sanitário, agroenergia, qualidade, rastreabilidade e certificação, novos instrumentos de política agrícola e seguro rural e desenvolvimento sustentável.
Entre os principais desafios, o ministro citou a questão da infra-estrutura logística (precariedade do transporte rodoviário, ferroviário e hidroviário, bem como a necessidade de reaparelhamento dos portos), a questão sanitária e a política de subsídios à produção agrícola dos países desenvolvidos, que impõe uma concorrência desleal aos produtos brasileiros.
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