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Leia o artigo "REFLETINDO SOBRE O VOTO CASEIRO" por Julio Saldivar

12 Ago 2010 - 11h30Por Julio Saldivar

Entre as várias definições para a palavra demagogia encontrei a seguinte: “Arte de conduzir o povo a uma falsa situação. Dizer ou propor algo que não pode ser posto em pratica apenas com o intuito de obter um benefício ou uma compensação”.

Há alguns meses atrás, antes até de terem nomes definidos para o atual pleito eleitoral, promoveu-se por iniciativa um vereador da nossa cidade, hoje candidato a Deputado Estadual, um ato onde a proposta era a de que aquele seria o inicio de um movimento para conscientizar o eleitorado local sobre a importância de votar nos candidatos daqui, ou seja, propagar o tal “voto caseiro”.  Pois bem, por considerar um tema realmente importante lá compareci. Tamanha foi a minha surpresa (e de todos que lá compareceram) ao chegar lá no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil e me deparar com a presença de dois Deputados Federais de Campo Grande, um hoje candidato a reeleição e outro hoje candidato a Senador, e mais, convidados a sentar na mesa das autoridades e discursar sobre o tema proposto, como se daqui fossem. Para aumentar a incógnita, a ausência constatada dos verdadeiramente nossos dois Deputados Federais, hoje candidatos à reeleição, e do nosso Vice Governador, hoje candidato a Senador, que eram na verdade quem esperava ver e ouvir, eu e os diversos representantes de outras famílias tradicionais, de diversas entidades de classe e da imprensa que lá compareceram.  Um senhor já idoso sentado a minha frente virou-se e me disse: “isso aqui é um circo armado e nós fomos convidados a vir aqui fazer papel de palhaços.” Percebi então, e não só eu, que o ato era pura demagogia, para proveito próprio daquele que o promovera, e de lá me retirei antes mesmo do término do evento.

Os cargos de Deputado e Senador o são de representatividade a nível Estadual e Federal, ou seja, são eleitos para defender os interesses de todo o Estado e, no caso do Federal, de todo o Brasil, e o eleitor esclarecido sabe que as funções desses vão muito além do que simplesmente destinar verbas do orçamento para suas bases eleitorais. Então, muito normal que o candidato tente expor suas idéias, seus projetos, ao maior numero possível de eleitor em todo o Estado. Os candidatos daqui também fazem isso, e se não o fizerem não se elegem, nenhum deles, porque se dividirmos o numero de eleitores só de Dourados (em torno de 120.000) pelo numero de candidatos a Deputado Federal (os quatro principais nomes que temos), por exemplo, nenhum deles atinge numero suficiente de votos necessários para se eleger. O mesmo para Deputado Estadual, onde o numero de candidatos é ainda maior. Imagine outra possibilidade, a de que um movimento pelo tal “voto caseiro” se espalhasse para outros municípios, e os eleitores de lá também deixassem de votar nos candidatos de Dourados, correríamos então sério risco de não elegermos ninguém daqui. Seria, como se diz, “o feitiço virando contra o feiticeiro”.

Mais importante do que a preocupação com o voto caseiro, é o desempenho pessoal do próprio candidato. Candidato sem conhecimento, idéias e projetos, ou aquele que busca a reeleição que não tenha cumprido satisfatoriamente com o papel que lhe foi confiado pelos eleitores, não vai se eleger mesmo. Os atuais deputados, tanto o Estadual quanto os Federais, que são daqui de Dourados, tem em suas folhas de serviços aprovações de projetos e destinação de verbas para diversas cidades do Estado, inclusive para, por exemplo, construção e aparelhamento de Postos de Saúde e Hospitais em Campo Grande. Tudo isso para, alem de cumprir com o papel inerente ao seu cargo, obviamente, ver aumentar a sua base eleitoral. Portanto, aquele candidato que esta em boa situação com o eleitor não tem mesmo que se preocupar com esse negócio de “voto caseiro”, e muito menos admitir seus cabos eleitorais vaiando candidatos de outras cidades, como se aqui fosse um território demarcado.

Há ainda que se considerar o fato de homens públicos da nossa cidade ter, historicamente, utilizado da força (política e financeira) de políticos de outras cidades para atingirem seus objetivos eleitorais a nível local. O ultimo grande exemplo é o do nosso atual prefeito, que se elegeu com apoio de pelo menos quatro nomes fortes de fora, três da capital e um de Fátima do Sul. E isso também ocorre também quando há eleição para Vereadores e Deputados. Se isso acontece, como impedir que esses políticos venham aqui em época de eleição fazer campanha?

Por fim, devem ser considerados fatores diversos para um político de outra cidade vir a Dourados buscar votos. Entre outros, o fato de que ninguém vem aqui se aventurar se não tiver algum fato ou conhecimento que o ligue a cidade, como, por exemplo, parentes, amigos, negócios e outros; além desse, o fato de que em Dourados hoje a população congrega pessoas vindas de várias outras cidades do Estado, e nada impede que essas pessoas tenham preferência e trabalhem para políticos de sua cidade natal.

Mesmo após a vergonhosa exposição de políticos daqui nas tais Operações Sanguessuga e Owari da Policia Federal, tenho convicção que Dourados deva eleger um bom numero de representantes locais, pois ainda possui nomes de respeito e destaque nos cargos em disputa, com forte base eleitoral aqui e em outras cidades do Estado. Meu voto para Deputado Estadual e para Senador será para políticos da casa. Para Deputado Federal porém, voto em candidato de fora por motivo especial, por amizade, o que me faz testemunha da competência e honestidade do candidato, construída pelo fato de este ser médico e cuidar do meu filho Pedro (que nasceu com doença chamada mielo-meningocele) há treze anos. Ele, assim como os demais, promete também trabalhar por Dourados, e eu vou cobrar... E assim deve ser.

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