Foi em um local improvisado dentro da aldeia que os representantes de uma destilaria cancelaram os contratos. Setenta e cinco índios da Reserva de Dourados receberam no último sábado (31) as indenizações pela quebra do contrato. A determinação foi do Ministério Público do Trabalho, que recebeu denúncias de irregularidades na segurança e nos alojamentos dos trabalhadores.
Há seis meses, a empresa estava sendo chamada pelos procuradores para solucionar os problemas. Como os pedidos não foram atendidos, a destilaria foi interditada. Os 197 trabalhadores indígenas das aldeias de Dourados, Amambá e Coronel Sapucaia eram os mais prejudicados porque tinham de ficar alojados no local.
O índio caiuá Valdir Gervaso ficou oito dias na colheita da cana. Recebeu R$ 500,00 e agora vai ter direito também a três meses de seguro desemprego. “Na primeira vez que cheguei ao local, tive que dormir no chão”, conta.
Para o índio guarani Remício Martins, assinar os documentos foi um alívio. Ele mora na aldeia Bororó, em Dourados, e tem quatro filhos para sustentar. Há 20 dias cortava cana sem nenhuma segurança.
Além de conferir os pagamentos das rescisões, os procuradores do Ministério do Trabalho, acompanhados por policiais federais, evitaram que os índios fossem coagidos por alguns comerciantes. Três deles tentavam cobrar dívidas dos trabalhadores no momento em que as indenizações eram pagas. Eles foram expulsos do local.
“Se ele tiver uma conta a acertar no mercadinho ou na venda, ele vai receber o dinheiro dele e pagar. Não é justo nem correto esse representante da vendinha estar lado a lado com o tesoureiro da empresa e reter o dinheiro desse trabalhador. Isso não pode ser tolerado”, afirma o procurador Luciano Michelão.
Todos os 197 índios que trabalhavam na usina já receberam as indenizações. Em nota, a usina informou que vai comprar equipamentos de segurança e reformar os alojamentos.
Globo Rural
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