O dólar comercial fechou em queda de 1,35%, a R$ 3,553 na venda nesta quinta-feira (27).
É a segunda baixa seguida da moeda norte-americana. Na véspera, o dólar tinha fechado com desvalorização de 0,19%.
Na terça-feira, porém, a moeda tinha fechado acima de R$ 3,60. "O dólar é assim mesmo: dá dois passos para frente e um para trás, porque sabe que o BC está de olho", disse o superintendente de câmbio da corretora Tov, Reginaldo Siaca, à agência de notícias Reuters.
Cenário internacional
A principal influência para a queda do dólar foi a expectativa de que o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, possa adiar o aumento de juros --que era esperado para setembro. O motivo: as turbulências financeiras globais provocadas por preocupações com a economia chinesa.
Ontem, o presidente do Fed de Nova York, William Dudley, disse que o início da alta dos juros no mês que vem passou a ser "menos convincente" do que há algumas semanas diante das turbulências nos mercados.
A manutenção de juros baixos na maior economia do mundo sustentaria a atratividade de papéis de países como o Brasil. Por outro lado, uma alta de juros nos EUA poderia atrair para lá recursos atualmente investidos em mercados emergentes --com menos dólar aqui, ele tende a ficar mais caro.
Essa expectativa ofuscou até mesmo os dados positivos do PIB (Produto Interno Bruto), divulgados pela manhã, que mostraram crescimento de 3,7% da economia dos EUA no segundo trimestre.
Na China, a Bolsa fechou em alta de 5,4%, após três quedas seguidas.
Contexto nacional
O cenário político brasileiro continuou a chamar atenção do mercado. Na noite de quarta-feira, o Senado aprovou novo mandato do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Ainda na véspera, o TCU (Tribunal de Contas da União) deu mais 15 dias para o governo apresentar explicações sobre as contas de 2014.
Além disso, declarações da agência de classificação de risco Moody's sugeriram que o Brasil não deve perder seu selo de bom pagador.
Atuações do BC
No Brasil, o Banco Central continuou a rolar os contratos de swap cambial (equivalentes à venda futura de dólares) que vencem em setembro, vendendo a oferta total de até 11 mil contratos.
Ao todo, o BC já rolou US$ 9,154 bilhões, ou cerca de 91% do total de US$ 10,027 bilhões. Se continuar nesse ritmo, vai recolocar todo o lote.
Os leilões de rolagem servem para adiar os vencimentos de contratos que foram vendidos no passado.
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