A renda dos trabalhadores também caiu em 2003, com redução de 7,4% ante 2002 a maior queda nesse indicador de um ano para o outro registrada desde 1997 - confirmando que o primeiro ano do governo Lula foi difícil para o mercado de trabalho no País. As perdas acumuladas na renda de 1996 a 2003 chegou a 18,8%.
A boa notícia é que, no caso do trabalho infantil, a situação melhorou de 2002 para 2003. Enquanto em 2002 a proporção de crianças de 5 a 9 anos que trabalhavam era de 1,7%, em 2003 era de 1,3%. No grupo de 10 a 14 anos, o porcentual dos que trabalham passou de 11,3% em 2002 para 10,4% em 2003. No entanto, segundo a PNAD, apesar da queda porcentual, existiam no ano passado 208,9 mil crianças de 5 a 9 anos trabalhando (sendo que 155,8 mil no setor agrícola) e, de 10 a 14 anos, o número de crianças que trabalhavam chegava a 1,69 milhão.
O atendimento por rede coletora de esgoto foi o que mais cresceu, entre os serviços básicos, em 2003, na comparação com o ano anterior. O número de domicílios que dispunham de esgotamento sanitário adequado (existente quando a instalação sanitária é ligada à rede coletora de esgoto ou a fossa séptica) cresceu 4,6% de 2002 para 2003. No caso do abastecimento de água, o crescimento no número de moradias atendidas no período foi de 4%.
O número de moradias com serviço de coleta de lixo cresceu 4,3% e o número de domicílios com iluminação elétrica, 3,7%. Houve crescimento também (3,9%) nos domicílios com telefonia. Em termos da cobertura dos serviços, em 10 anos, a maior permaneceu com a energia elétrica. Apenas 3% das habitações pesquisadas não contavam com o serviço em 2003, ante 10% em 1993. A menor cobertura continuou sendo do esgotamento sanitário adequado, mesmo com as melhorias registradas nos últimos 10 anos. Em 2003, 31% das moradias não dispunham do serviço, ante 41% em 1993.
A PNAD 2003 mostrou que o aumento da oferta de serviços de telefonia fez com que a proporção de domicílios com telefone no País triplicasse em 10 anos, passando de 19,8% (1993) para 62% (2003). A expansão do número de moradias com telefone de 2002 para 2003 (3,9%) foi resultado do aumento dos domicílios em que havia linha móvel celular (15,1% de crescimento de 2002 para 2003), já que houve uma pequena queda (-0,7%) no número de domicílios que possuiam linha fixa convencional. Desse modo, o porcentual de domicílios com linha fixa diminuiu de 52,8% em 2002 para 50,8% em 2003.
A pesquisa do IBGE mostra também que, de 2002 para 2003, o número de domicílios atendidos exclusivamente por linha móvel celular cresceu 31,3%, o dobro do crescimento que havia sido registrado de 2001 para 2002 (15,4%). Na análise do IBGE, "esses resultados podem ser um indicativo do uso desse tipo de linha, importante para a comunicação fora da moradia, para suprir a falta da linha fixa".
No que diz respeito ao consumo de bens duráveis, a PNAD 2003 revelou que o número de domicílios com geladeiras continua em crescimento no País. Em 10 anos, de 1993 a 2003, a proporção de habitações com geladeira subiu de 71,8% para 87,3%. No caso das máquinas de lavar, o porcentual de domicílios com esse eletrodoméstico passou de 24,3% em 1993 para 34,4% em 2003. Já o porcentual de habitações com televisão passou de 75,8% em 1998 para 90% em 2003, enquanto os com rádio passaram de 85,1% para 87,8% no período.
No caso dos microcomputadores, a existência do produto nas residências só começou a ser pesquisada pelo IBGE em 2001, quando a PNAD daquele ano constatou que 12,6% dos domicílios tinham esse equipamento. Em 2003, a proporção de domicílios com computador subiu para 15,3% e a proporção dos que tinham computadores ligados à Internet chegou a 11,4%.
O número médio de pessoas por domicílio passou de 4,0 em 1993 para 3,6 em 2003. Segundo o IBGE, um dos fatores determinantes da tendência de queda no período foi a progressiva diminuição no número médio de filhos por mulher. A pesquisa mostrou também um aumento significativo no porcentual de domicílios com apenas um morador no período, passando de 7,2% em 1993 para 10,2% em 2003.
A PNAD 2003 "mostrou o avanço na situação educacional do País", segundo o IBGE. A pesquisa revelou que a parcela das crianças entre 5 e 6 anos de idade que não freqüentavam a escola caiu de 42,3% em 1993 para 21,3% em 2003. Houve diminuição forte dos que estavam fora da escola também no grupo de pessoas de 7 a 14 anos (11,4% para 2,8%) e de 15 a 17 anos (38,1% para 17,6%). A taxa de analfabetismo das pessoas de 10 anos ou mais de idade passou de 15,6% em 1993 para 10,6% em 2003.
Estadão
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