Nada resolvido sobre a reativação do presídio

Atendendo proposição dos vereadores Maria Aparecida dos Santos Garcia, Nilson Prado da Silva (Presidente do Legislativo) e Sergio Luiz de David (todos do PL), a Câmara municipal de Fátima do Sul promoveu Audiência pública na tarde ontem entre autoridades dos poderes Judiciário, Executivo e Legislativo do município, representantes da Agencia penitenciária estadual e do comando da Polícia do interior. Na audiência foi discutida a proposta da Agepen de reativar o presídio da Delegacia de Polícia civil de Fátima do Sul, com a finalidade de abrigar cerca de 90 presos transferidos dos presídios de Jateí e outros municípios.

A proposta da Agepen, que havia sido repudiada por Cida Santos, Nilson, Sergio e demais vereadores, foi rechaçada também pelas demais autoridades do município e lideranças da comunitárias, que desejam “preservar a paz e a tranqüilidade observada no município há muitos anos”. A vereadora voltou a afirmar: “vamos continuar repudiando essa idéia; não vamos aceitá-la em hipótese alguma e conclamamos todos os representantes da comunidade a se manifestarem. O Governo estadual precisa tomar conhecimento da insatisfação do nosso povo em relação e esse plano”.

A Juíza Dra Ana Carolina Farah Borges da Silva afirmou: “Como cidadã residindo há dois anos em Fátima, me sinto morando no paraíso. Aqui a criminalidade foi extinta e minha opinião e contrária a essa mudança, para não transformarmos nosso paraíso num inferno”. Dra Ana lembrou que o sistema carcerário em Jateí também continua oferecendo ótimo trabalho, o que justificaria a manutenção do sistema carcerário vigente na micro-região de Fátima. O Prefeito Dílson Deguti Vieira lembrou que a cerca de 10 anos o município de Fátima teve que “mobilizar autoridades e população numa de suas maiores lutas, para acabar com o crime da pistolagem. “A posição do Executivo é de somar com a comunidade. Não nos omitimos de prestar nosso serviço ao Estado, mas gostaríamos que o presídio seja mantido em Jateí”. Afirmou o Prefeito.

O Diretor-presidente da Agepen Dr Luiz Carlos Teles Júnior esclareceu que a agência decidiu transformar o presídio de Jateí para a categoria feminina, para transferir para ali as presas abrigadas em Ponta Porã, onde o presídio não teria as mínimas condições estruturais para oferecer os serviços necessários. Com essa transferência entretanto, os presos de Jateí teriam que ser encaminhados para Fátima, onde segundo Dr Luiz Carlos o presídio “é de segurança média e oferece as condições ideais de estrutura física e humana”. Diversas autoridades e representantes da comunidade argumentaram contra a reabertura do presídio em Fátima e a conseqüente transferência de presos para o município, argumentando principalmente em relação à possível presença de familiares e comparsas de presos, também envolvidos com a criminalidade, o que geraria um clima de insegurança no município.

Como foi gerado impasse nas discussões, a vereadora Cida Santos apresentou sugestão aprovada pelos presentes, no sentido de que não fosse tomada nenhuma decisão definitiva na audiência, possibilitando a formação de uma Comissão integrada por autoridades e outras lideranças comunitárias, com a finalidade de discutir o tema junto ao Governo estadual em época oportuna.