No último fim de semana das férias escolares, milhares de passageiros foram afetados por sucessivos cancelamentos e atrasos de voos da Gol em todo o país.
Em efeito cascata, devido à falta de tripulantes, os problemas começaram na sexta-feira e chegaram ao auge ontem, com 102 voos cancelados até a meia-noite (12,5% dos voos domésticos), chegando a 318 baixas no total dos últimos quatro dias.
No domingo e ontem, mais da metade dos voos da companhia estavam atrasados.
Quem tem voo marcado para hoje ou para os próximos dias também pode ser afetado. A empresa não diz quando a situação deverá se normalizar. Também não informou qual é o número de passageiros afetados.
No Rio, houve protestos no aeroporto internacional Tom Jobim durante a madrugada de ontem.
Os passageiros se diziam irritados com a demora para o cumprimento de exigências legais, como a distribuição de vale-alimentação e autorização de hospedagem em hotel.
O turista argentino Diego Martin Diaz foi um dos prejudicados. Depois de passar férias no Rio, voltaria para seu país na noite de domingo. Sem voo, só conseguiu se hospedar em hotel depois das 3h, quando a Gol liberou o pagamento da diária.
Em São Paulo, também foram muitas as queixas, por motivos semelhantes.
No Juizado Especial do aeroporto de Cumbica, foram muitas as reclamações de clientes. Sem conciliação, algumas delas resultaram em abertura de processo.
Sem ter recebido tíquetes de alimentação, membros da família Marchesi se apoiavam sobre caixas cheias de peixes que tinham pescado em MT. "Já apodreceu tudo", dizia um deles.
FALTOU TRIPULAÇÃO
A Gol confirma que boa parte dos cancelamentos aconteceu porque não havia funcionários disponíveis, já que o número de horas trabalhadas nos últimos tempos chegou ao limite do máximo previsto pela regulamentação da profissão.
O SNA (Sindicato Nacional dos Aeronautas), que representa comandantes e comissários, diz que muitos estavam trabalhando além do limite.
"Se não tivesse parado, poderíamos ter tido acidentes. Tinha gente voando quatro madrugadas seguidas", diz o secretário-geral do SNA, Sérgio Dias.
Pela regulamentação da profissão, os tripulantes podem trabalhar até 85 horas por mês, desde que não passe de 240 horas no trimestre.
Segundo a empresa e o sindicato, a situação foi agravada com a implementação de um programa de computador usado para coordenar a escala da tripulação com a rota dos aviões.
De acordo com o secretário-geral do SNA, que também é comandante da Gol, o software, desenvolvido pela Lufthansa, programou escalas para a tripulação que a levaram a trabalhar muito mais do que o normal.
AMEAÇA DE GREVE
Funcionários da Gol ameaçam, há vários dias, entrar em greve no dia 13, por diversas reivindicações, inclusive salariais.
Nas últimas duas semanas, representantes do sindicato tiveram duas reuniões com a Gol. Mais uma deverá acontecer nesta semana.
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