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Brasil registra cerca de 11 mil suicídios por ano

O número de pessoas que tiraram a própria vida subiu 11% de 2011 a 2015

21 Set 2017 - 11h06Por O Globo

BRASÍLIA — Considerado um tabu na sociedade, o suicídio vem crescendo no Brasil como problema de saúde pública. O número de pessoas que tiraram a própria vida subiu 11% de 2011 a 2015, passando de 10.490 para 11.736 ocorrências no período, segundo dados inéditos do Ministério da Saúde divulgados nesta quinta-feira. Em termos proporcionais à população, significa que a taxa saltou de 5,3 mortes por 100 mil habitantes para 5,7.

O incremento vai na contramão do compromisso firmado pelo governo brasileiro com a Organização Mundial de Saúde (OMS), que estabeleceu a meta de reduzir o índice em 10% até 2020 no mundo. O ponto de partida para a medição é 2013, quando o país atingiu 5,6 mortes por 100 mil habitantes.

Para fazer frente ao desafio, o Ministério da Saúde deu o primeiro passo com a divulgação, pela primeira vez, de um boletim epidemiológico sobre mortes autoprovocadas e pretende lançar um Plano Nacional de Prevenção ao Suicídio. As ações fazem parte da campanha Setembro Amarelo.

Segundo Maria de Fátima Marinho, diretora da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, o aumento a cada ano tem relação com a melhoria nos sistemas de registro das ocorrências. Ela aponta, porém, que os dados estão ainda subnotificados. Fogem às estatísticas principalmente casos ocorridos nas classes mais altas, em que a causa da morte é ocultada ao estigma e à existência de seguro de vida a receber.

Os homens morrem mais por suicídio. Eles representam 79% dos casos mapeados entre 2011 e 2016, segundo os dados. A taxa de mortalidade masculina (8,7 por 100 mil habitantes) é quatro vezes maior que a das mulheres (2,4). O suicídio é a terceira maior causa de óbitos entre homens de 15 a 29 anos (9 por 100 mil habitantes do mesmo perfil), perdendo apenas para agressões (110,6) e acidentes de transporte (41,3).

— São dados que não tiram a importância do suicídio, mas falam muito do problema da violência no nosso país. Homens e jovens não vão morrer por suicídio porque já morreram antes por homicídio — diz Maria de Fátima.

 

Entre as mulheres de 15 a 29 anos, o suicídio é a oitava causa de morte, superada por óbitos decorrentes de gravidez, parto e pós-parto (8 por 100 mil habitantes do mesmo perfil), de acidentes de transporte (7,4), e de agressões (7), entre outros. A taxa das mortes autoprovocadas nessa fatia da população é de 2,4 por 100 mil habitantes.

O suicídio se concentra, em todos os anos avaliados, analisando os números absolutos, na faixa etária de 30 a 39 anos (21,2% dos casos de 2015) e, em segundo lugar, na de 20 a 29 anos (19,7%). Mas, em termos proporcionais ao tamanho da população, o pico está entre os idosos de 70 anos ou mais. Eles respondem por menos de 10% em relação ao total, mas têm a maior taxa (de 8,9 por 100 mil habitantes) entre todas os recortes de idade.

— Essa concentração nos idosos está relacionada à depressão, doenças crônicas e abandono familiar — explica Maria de Fátima.

O meio mais usado para dar fim à própria vida foi o enforcamento (62% de 2011 a 2016). Segundo os dados, 60,4% das pessoas que cometeram suicídio eram solteiros, viúvos ou divorciados. Já 31,5% estavam casados ou viviam em união estável. O restante é ignorado.

O único fator de proteção que a pesquisa conseguiu isolar para o suicídio - independentemente de renda, cor ou qualquer outra variável - foi a presença do Centro de Atenção Psicossocial (Caps), unidade do Sistema Único de Saúde que atende pessoas com algum tipo de sofrimento mental. A existência de um Caps no município reduz em 14% o risco de mortes autoprovocadas, aponta o estudo.

Por esse motivo, o governo pretende priorizar a implantação de novos Caps em locais com taxas elevadas, segundo Quirino Cordeiro, coordenador-geral da área de Saúde Mental do Ministério da Saúde. Segundo ele, a pasta adotou uma agenda estratégica diante dos dados apontando aumento do problema:

— O aumento dos registros levou o ministério a estudar ações mais específicas porque é um assunto que nos deixa apreensivos.

Acesse o Centro de Valorização da Vida (CVV) para buscar apoio emocional em www.cvv.org.br

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