O atraso no repasse de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) e de convênios para o Hospital do Câncer de Dourados se repete mais uma vez e pode comprometer os mais de 1,5 mil pacientes que fazem tratamento na unidade. Há dois meses sem receber, a administração do hospital teme nova crise e para não se afundar em dívidas suspendeu a compra mensal de medicamentos que seria feita ontem.
O diretor clínico do HC, Mario Eduardo Rocha, disse que os salários dos médicos, orçado em R$ 141,4 mil, venceram nesta terça-feira e, até a próxima segunda, vence outros R$ 142 mil em contas, de boletos bancários. “Lamentavelmente passamos por uma nova crise financeira, pois voltamos a ficar sem repasses para honrar com folha de pagamento e comprar medicamentos para os pacientes”, desabafa, temendo que a crise se repita como a ocorrida entre o final do ano passado e início deste ano, quando o Hospital do Câncer ficou quatro meses sem receber.
Mario Eduardo, responsável clínico, teme que HC
enfrente nova crise como ocorreu no início do ano
A unidade sobrevive apenas de recursos repassados pelo Ministério da Saúde e de convênios de planos de saúde. “Atendemos pacientes do SUS como também pacientes que pagam plano de saúde”, explica Mario Eduardo. Segundo ele, todos os recursos do HC são oriundos da produção de atendimento prestado por cada serviço, sendo pago pela tabela do SUS, como também de convênios. Todo o dinheiro é recebido pelo Hospital Evangélico, mantenedor do Hospital do Câncer e de outro hospital público da cidade, o Hospital da Vida, além da Clínica do Rim. Somente após passar por auditoria do HE é que os recursos são repassados para cada uma dessas unidades.
Por mês o Hospital do Câncer tem despesas de aproximadamente R$ 400 mil e a falta de repasse tem ‘minado’ a cada mês a unidade. “Nosso estoque de medicamento está baixo e alguns deles vão durar até sexta-feira e outros até início da semana que vem. Não esperávamos que o repasse novamente fosse atrasar, mas infelizmente fomos pegos de surpresa”, disse o médico Mario Eduardo.

O atraso de repasse tem causado dívidas do hospital com agências bancárias. Por mês são pagos cerca de R$ 10 mil de juros. “Já usamos o capital de giro e o limite para honrar alguns compromissos”, pontua o diretor clínico. Somente com o HSBC há um saldo devedor de 17 mil e com a Caixa de R$ 750.
Em fevereiro deste ano, para dar um fim à crise, foi assinado um termo de ajuste de conduta entre o Hospital do Câncer, que se comprometeu a dar continuidade ao atendimento de oncologia aos usuários do SUS, e Hospital Evangélico, que se responsabilizou a colocar em dia os pagamentos ao Hospital do Câncer. No entanto, o compromisso firmado está sendo rompido e o Hospital do Câncer voltou a ficar sem receber os recursos.
Na época, por conta do atraso dos repasses, o Hospital do Câncer contraiu um empréstimo de R$ 330 para cobrir despesas. A administração teme que o mesmo problema volte a se repetir e a unidade tenha que se contrair novos empréstimos para garantir o atendimento dos pacientes de Dourados e de 35 municípios da região.
O diretor do Hospital Evangélico, Maurício Peralta, disse à reportagem que o atraso de pagamento provavelmente se deve ao feriado prolongado. Segundo ele, a Secretaria Municipal de Saúde deve repassar nesta quarta-feira, para o Evangélico, parte dos recursos que recebe do Ministério da Saúde. “Feito isso tenho um prazo legal de cinco dias para repassar esses valores ao Hospital do Câncer”, finalizou.
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