Após 44 horas, terminou na madrugada desta terça-feira (26) a rebelião na Penitenciária Estadual de Cascavel (498 km de Curitiba) com um saldo de cinco mortos –sendo dois decapitados– e pelo menos 25 feridos.
Os dois agentes feitos reféns foram liberados por volta das 3h30 após a transferência de 851 presos dos pouco mais de mil do presídio, que ficou destruído com o motim, iniciado do último domingo (24).
O final da rebelião só foi possível após várias rodadas de negociações entre os presos, que dizem pertencer à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), e as autoridades da segurança pública do Paraná.
O motim teve momentos de tensão, principalmente no domingo, quando os presos amotinados jogaram vários detentos do telhado do presídio –uma altura de cerca de 15 metros. Ao menos dois deles morreram com a queda.
Dezenas de presos da ala do seguro, onde ficam os condenados por crimes sexuais, foram tomados reféns. Pelo menos oito deles foram colocados no telhado da penitenciária de bruços e com as mãos amarradas para trás.
Nesta segunda-feira (25), os detentos já tinham feito um acordo com o governo para encerrar o motim e entregar o último refém, mas apenas depois do término das transferências.
A expectativa da Secretaria da Justiça do Paraná é realizar uma vistoria no presídio ainda na manhã nesta terça.
Os presos reclamaram da violência de agentes e pediram melhorias na comida e na estrutura do local.
Advogados que acompanharam as negociações relataram à reportagem ter sentido um forte cheiro de carne queimada na segunda-feira (25).
BARRIL DE PÓLVORA
A violenta rebelião da Penitenciária Estadual de Cascavel expõe problemas do sistema carcerário presentes em outras unidades do Paraná.
O presídio "inflou" sua capacidade nos últimos anos com a colocação de mais camas sem aumento do espaço físico. Onde havia cinco colchões, por exemplo, passou a haver seis, e celas individuais foram transformadas em coletivas. Com isso, a capacidade pulou de 908 para 1.116 vagas sem que houvesse melhorias na infraestrutura.
O mesmo ocorreu em outros presídios do Paraná. O governo de Beto Richa (PSDB) prometeu acabar com os presos em delegacias, mas, para isso, encheu as penitenciárias.
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