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Surda oralizada entra para a história de MS ao dar aulas de superação e se formar em Enfermagem

24 Jan 2025 - 09h50Por ELIAS FERREIRA / LUPA NEWS

Elis Maria de Souza Nogueira Ferreira, de 31 anos, acaba de entrar para a história de Mato Grosso do Sul como a primeira surda oralizada a se formar em Enfermagem num curso regular e presencial. Sua colação de grau aconteceu na noite de terça-feira (21), em solenidade realizada nas dependências da Unigran Capital, em Campo Grande. Ela recebeu o atestado de conclusão junto com “estudantes normais” de seu curso e também de Educação Física.

Recebendo o atestado do reitor Vinicius Soares de Oliveira

Cercada por sua família e demais pessoas que acompanharam de perto sua trajetória, Elis Maria cumpriu todo o protocolo com atenção, desde a orientação do tempo de entrar para a cerimônia, até o instante de ser convidada para receber o canudo de formada das mãos do reitor da universidade, professor Vinicius Soares de Oliveira. Um momento que ela não se conteve, erguendo o envólucro e soltando um grito de alívio e gratidão por ter vencido a jornada da graduação na profissão que escolheu.

Com os pais e as irmãs celebrando a conquista em família

Do começo dos estudos até a colação de grau foram oito longos anos, pelo menos três a mais do que o tempo mínimo para graduação. As dificuldades foram desde mudanças – inclusive curriculares – até mesmo o estresse por não conseguir acompanhar os demais colegas no mesmo tempo de aprendizagem. O maior desafio foi o de entender as falas das explicações num ambiente diverso e ruidoso, muitas vezes o conteudo era explicado de costas, dificultando a captacao das expressoes faciais fundamentais para a leitura labial.

Junto com os demais colegas, a expectativa de Elis Maria para a colação de grau

Aprendeu e ensinou – A professora Karina Alvarenga disse durante a solenidade colação de grau que Elis Maria sempre foi uma pessoa aplicada e interessada no curso. Ela relembrou do primeiro dia de aula, em que a estudante expos sua deficiência logo após o período letivo.

“Como ela não tem a deficiência aparente e também consegue se relacionar bem, jamais imaginei que era surda. Ela falou sobre isso e da necessidade de sentar na primeira fila de carteiras, para ouvir melhor e também pedir para que os professores falassem de frente, evitando conversar de costas ao mesmo tempo em que escrevessem conteúdo na lousa”, comentou a professora.

Karine observou que ter Elis Maria como aluna foi também um desafio para o corpo de professores, que teve que aprender com ela uma forma mais atenciosa de comunicação para o aprendizado. “Ela aprendeu e ensinou para a gente uma nova maneira de abordagem em relação ao estudante surdo, mesmo sendo oralizada”, expressou a educadora.

Para a professora Mayane Magalhães, coordenadora do curso de Enfermagem da Unigran Capital, a trajetória de Elis Maria na instituição serve de inspiração para outras pessoas. Ela não escondeu a alegria em ver sua graduação, afirmando que a determinação a fez chegar até a conclusão do curso. “Ela deu uma verdadeira aula de superação para todos nós”, resumiu a coordenadora.

Surda desde a infância – Elis Maria é surda desde que nasceu, deficiência detectada pelos pais antes do primeiro ano. Quando ela nasceu, ainda não havia o chamado teste da orelhinha. Com o diagnóstico da surdez, a luta para que ela ouvisse começou quando tinha apenas oito  meses. A aquisição de aparelhos auditivos e, principalmente, o trabalho da fonoaudiologia foram fundamentais para restabelecer em parte sua adição, apesar de ser mecânica.

Uma profissional que teve ação fundamental na conquista da audição mecânica e oralização da Elis Maria foi a fonoaudióloga Jane Vivancos Hoffmann, hoje atuando em outra área de trabalho. Com atenção, afeto e comprometimento, fez uma uma ação extraordinária de reabilitação por meio de sessões terapêuticas. Também foi por sua orientação que seus pais chegaram até o Centrinho de Bauru – Departamento do Hospital da Universidade de São Paulo (USP) – que realizou um acompanhamento multidisciplinar por uma década, na cidade paulista e depois em Campo Grande, por meio da Funcraf.

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