Casal fatimassulense faz sucesso na capital como "Rambo Pantaneiro" e "Mulher Maravilha"

Durante as décadas de 1980 e 1990 diversas famílias de Fátima do Sul e região deixaram essas terras em busca de outras oportunidades de emprego e uma vida melhor em outras cidades de Mato Grosso do Sul, com destaque para a Capital, Campo Grande.

Entre vários motivos, um dos mais citados por quem foi embora foi o fato de que os serviços da agricultura, como colheita de algodão que empregava muitos trabalhadores (os populares boias-frias) acabaram após a introdução da mecanização. É possível conhecer melhor sobre esse tema na pesquisa do mestre em História e professor fatimassulense Rafael Ramos da Silva, intitulada “Do campo para a cidade: a migração em Fátima do Sul de 1940 a 1991”, publicada como capítulo de livro pela UFGD, em 2021.

Foi nesse contexto que o casal Valdomiro Caetano (popular Mirão) e Dirce Cordeiro da Silva deixou Fátima do Sul em 1988, após se casarem. Dirce nasceu em Três Lagoas, quando seus pais vieram de Pernambuco para morar no então estado de Mato Grosso.

Anos mais tarde vieram habitar Fátima do Sul. Ela é irmã de Marluce Cordeiro e cunhada do José Nunes, ambos proprietários de lanchonete nesta cidade, e tia do professor, historiador e colaborador do nosso site, Wagner Cordeiro Chagas. Mirão é fatimassulense da gema, nascido na linha do Barreirinho, próximo ao município de Vicentina. Ele é irmão do enfermeiro e ex-vereador Ataíde Caetano e cunhado da Margareth de Fátima, diretora da escola municipal Favo de Mel (Caic).

Nas lutas da vida, o casal tentou melhorar a vida e foi embora, em 1988, para Campo Grande, cidade que se destacava pelas oportunidades de emprego, já que era recente sua elevação à capital de Mato Grosso do Sul.

Casados e morando em Campo Grande tiveram 2 filhos: Wesley e William. A luta continuou e, para se aproximarem dos familiares, resolveram voltar para Fátima do Sul, em 1995. Morando no Jardim Brasilândia, Mirão também jogou futebol e ajudou na conquista de títulos para o time daquele bairro. 1 ano depois a família voltou para a Cidade Morena onde está até hoje.

Trabalhando como pedreiro, vendedor de gelinho, cachorro quente, o casal formou os filhos, 1 professor de História e outro advogado e policial penal. Mas, a dupla começou a sair do anonimato a partir de 2019, ao interpretarem o “Rambo Pantaneiro”, em homenagem ao Pantanal sul-mato-grossense, e a Mulher Maravilha. Na verdade, Mirão já havia interpretado o personagem John Rambo em 1985, quando morou em São Paulo.

No entanto, não imaginava que um dia voltaria a fazer esse papel. O trabalho que começou na Caravana Toni Gol, que juntava outras pessoas que também se fantasiavam de personagens para animar jogos de futebol nos bairros campo-grandense, hoje se estende à animação de festas de aniversários, entregas de presentes no dia das crianças, entre outras coisas. Segundo o casal fatimassulense, a maior satisfação é ver a alegria nos olhos das crianças, principalmente aquelas dos bairros periféricos.

Na luta diária, Mirão e Dirce além de interpretarem super-heróis dedicam-se aos netos e ao comércio, por meio da venda do Hot Dog Pesadão, famoso no bairro Universitário, bairro popular, onde moram diversos outros cidadãos e cidadãs saídos dessa região.

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