Entidades representativas dos produtores rurais de Mato Grosso do Sul estão organizando para o dia 7 de dezembro, em Campo Grande, um leilão de animais, commodities, máquinas e produtos doados pelos próprios agricultores e pecuaristas do estado, para arrecadar recursos para ações contra as invasões indígenas.
Segundo Francisco Maia, presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul), uma das entidades que está organizando o chamado “Leilão da Resistência”, disse ao Agrodebate na manhã desta terça-feira (19), os recursos arrecadados com o certame serão utilizados para ações de mobilização dos produtores, de logística, para o pagamento de honorários de advogados, para a divulgação do movimento e até mesmo para segurança.
Maia diz que nesta segunda-feira (18), quando foi aberta oficialmente a campanha de doações para o “Leilão da Resistência”, foram arrecadadas 500 cabeças de gado para o certame. “Esses animais foram doados pelos próprios produtores. O movimento conta com a adesão e apoio de várias entidades, de empresas do setor, como as leiloeiras, por exemplo, e de instituições de outros segmentos produtivos do estado”, comenta.
Outro lado
Em contrapartida, documento divulgado após o encerramento do Hánaiti Ho'Únevo Têrenoe, a grande assembleia do povo terena, realizada entre os dias 13 e 16 de novembro, em Nioaque, a 187 quilômetros de Campo Grande, e que contou com participação de aproximadamente 300 lideranças indígenas do estado, criticou o leilão organizado pelos ruralistas.
No terceiro parágrafo do texto, o documento final da assembleia afirma que as lideranças indígenas repudiam o “Leilão da Resistência” e que a iniciativa teria o objetivo de financiar milícias armadas dos produtores.
Esse posicionamento é reafirmado pelo coordenador regional do Conselho Indigenista Missionário em Mato Grosso do Sul (Cimi), Flávio Vicente Machado. “Vemos com muita preocupação essa iniciativa. Eles [organizadores do leilão] tiveram dois discursos para apresentar esse leilão, primeiro disseram que os recursos seriam usados para ações de segurança, depois é que começaram a falar em outras ações. Tememos que possam ser usados para criar e pagar milícias que atuariam contra as comunidades indígenas que fazem as auto demarcações (ocupações)”, comentou.

O presidente da Acrissul negou veementemente que os recursos do leilão serão utilizados para pagar milicias. “Nós não usamos milícias. Isso não existe, não tem fundamento. O que queremos é arrecadar recursos para conscientizar e mobilizar a sociedade e nos proteger, defendendo desse modo o agronegócio, o segmento que impulsiona o crescimento e que alimenta esse pais”, concluiu.
O “Leilão da Resistência” está marcado para o dia 7 de dezembro, às 14h (de MS), no tatersal de elite 1, da Acrissul, no parque de exposições Laucídio Coelho, em Campo Grande. Os organizadores do evento esperaram reunir durante o certame, além dos interessados na aquisição dos animais e produtos ofertados, representantes de outras entidade do setor, lideranças políticas do estado e do país e produtores rurais.
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