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Brasil

Leia o artigo “Meandros da Colônia Universal”, por Bruno Peron

30 Mai 2011 - 18h02Por Bruno Peron

 

MEANDROS DA COLÔNIA UNIVERSAL

Bruno Peron



"El hombre inka, el indio del
Tawantinsuyu no comió carne humana. Antes de la llegada de los españoles no
practicó el homicidio, menos el asesinato, y mucho menos el genocidio y las
masacres. Estas "maravillas" llegaron a América con los conquistadores." Fausto
Reinaga. La revolución india.



É preocupante a omissão e o
silêncio do povo nesta Colônia Universal, o Brasil, cujo regime democrático
deveria render-nos contas dos serviços públicos onde se anicham seus
"representantes", mas contraditoriamente nos sangra como um boi recém-abatido e
direciona os recursos a grupos poderosos.

Diante de nosso descuido, visto que
atuamos como meio-cidadãos, e da divisão do repasto entre as entidades que efetivamente
dirigem o país pela pressão de suas influências e que comandam a títere Dilma
Rousseff, alguns interlocutores supõem que o velho debate entre estatismo e
mercado está superado e sugerem que se elaborem políticas corretivas da
economia.

Os mesmos defensores do mercado
livre e o neoliberalismo fazem-nos crer que a democracia avança e que devemos
seguir o exemplo do Norte, dentre os quais os desesperados e impostores Estados
Unidos, a falida e arrogante Espanha, e a Inglaterra de rainhas, príncipes e
contos de fadas.

O referendo sobre desarmamento em
outubro de 2005 convocou a população a aprovar ou não uma norma que, segundo os
proponentes, reduziria a violência no Brasil através da proibição do comércio
de armas de fogo e munição. Revigora-se a tentativa de mostrar que o governo
faz alguma coisa como sugere a campanha nacional de desarmamento mediante a
entrega voluntária destes objetos, ultimato do governo e da TV Globo para dar a
impressão de que se trabalha para combater o uso indiscriminado de armamentos
num país onde o problema não se resume dentro das fronteiras mal vigiadas.

A suposta aprovação desta lei teria
sido frustrada para desarmar os criminosos, como os que explodiram caixas
eletrônicos no estado de São Paulo no primeiro semestre de 2011. É consensual
que a campanha desarmará aqueles que nada têm a ver com os dados da violência
no Brasil, uma vez que os bandidos não cometeriam a estupidez de entregar suas
armas à arruinada, corrupta e incapaz Polícia.

Para nomear outro dos meandros de nossa
Colônia Universal, o falido sistema carcerário brasileiro ainda conta com
iniciativas paliativas para recuperar os presos, como o Programa Começar de
Novo do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e a oferta de cursos de capacitação
profissional. Se apenas atribuíssem aos encarcerados tarefas laborais, como na
lavoura e construção civil, quem sentiria atração pela "escola do crime" e os
benefícios que até hoje se obtêm nos presídios?

A temporada na cadeia determinará
um trabalho aos presos a fim de que restituam à sociedade o que lhe privaram.
Seríamos beneficiados com alimentos mais baratos, as municipalidades reduziriam
custos na construção de prédios públicos, e os que cumprem a pena recobrariam
seu valor no regresso à sociedade. Aproveito para afirmar que sou contra a
privatização do sistema carcerário, uma vez que a proposta transformaria em
negócio o que deveria ser objeto de políticas públicas sociais.

Continuará, leitor, omisso e calado
diante do que os grupos pujantes fazem do país sem o seu consentimento ou sua
participação no diálogo? Não podemos aceitar mais a cultura dos "fiscais" e a
"fiscalização" no Brasil, tão enganadora quanto a ficção dos filmes
hollywoodianos.

Governos concedem serviços públicos
à iniciativa privada, como em comunicação e transporte, e contratam escalas de
burócratas para "fiscalizar" o bom funcionamento, o cumprimento da legislação e
o atendimento dos clientes que antes se cogitavam cidadãos. A especialização
chegou ao ponto de ter agentes que só fiscalizam se as indústrias possuem poços
e se pagam o imposto devido por eles.

O império brasileiro destruiu o
Paraguai emergente no século XIX porque este queria acesso ao mar, mas hoje é
generoso com a aprovação do aumento do valor pago pelo excedente de energia
paraguaia da usina hidrelétrica de Itaipu. A concessão brasileira coincide com
a resposta que o Mercado Comum do Sul espera somente dos parlamentares do
Paraguai para o ingresso definitivo de Venezuela ao bloco.

Vivemos imersos na economia de
mercado em aliança com o paternalista Estado brasileiro, onde vale reconhecer
que se exclui quem não tiver dinheiro ou não puder pagar novamente por aquilo
que as políticas públicas têm o dever de fornecer segundo o nosso modelo
tributário.

Funcionamos, deste modo, com dois
modelos: um para os pobres e outro para os ricos. Os pobres dependem do Estado
para tudo, enquanto os ricos acham que o Estado não deveria existir porque
enxergam-no como um monstro anti-natural cobrador de impostos. Duas visões
disparatadas.

Cada segmento tratará de
convencer-nos, portanto, de que suas práticas são benéficas para a sociedade.
Os canais hegemônicos de televisão querem a nossa adesão ao sistema digital,
que deixará sem dúvida muitas emissoras de fora, no tempo em que as
concessionárias de rodovias divulgam que o número de acidentes é bem menor em
suas vias que quando o governo as administrava, apesar de nossos
"representantes" não baixarem os impostos após esta desoneração de
responsabilidades.

A Colônia Universal aceita quase
tudo sem debate porque se acredita que os "representantes" do povo são seres
divinos e lhe serão fieis independentemente do sistema eleitoral cruel e
vicioso que vigora neste país e da crença de que alguém nos atenderá sem que
movamos uma palha.

Anote: a participação ativa e debatedora
da população é o pré-requisito que nos transformará em cidadãos por inteiro e
reduzirá os conflitos desmesurados que percorrem a sociedade.

http://www.brunoperon.com.br

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