Uma vítima da violência, que prefere não mostrar o rosto, conta que conviveu por vários anos com a intolerância dentro de casa, em Campo Grande. O ex-companheiro era violento e não poupava nem as crianças. A mulher chegou a comunicar à policia sobre as agressões, mas retirou a denúncia por pressão do ex-marido. Depois que a lei Maria da Penha entrou em vigor, em 2006, ela resolveu procurar ajuda novamente. O casal se separou e o marido foi condenado. "Quando ele era contrariado fora de casa, lá ele não tinha reação nenhuma. Se chegava em casa e estava nervoso, batia em todo mundo. Ele foi penalizado na época com pagamento de cesta básica", conta a vítima.
Além disso, o filho do casal tornou-se usuário de drogas e passou a agredir a mãe, até que ela também denunciou o caso à polícia. "Naquele momento eu estava dizendo 'chega' para a violência", diz.
Em um ano, Mato Grosso do Sul subiu da 18ª para a 5ª posição no ranking de denúncias de violência contra a mulher, feitas pelo telefone 180. Só no primeiro semestre deste ano, a central de atendimento realizou 6,7 mil acompanhamentos às vitimas de violência doméstica no estado. No ano passado, foram 10,6 mil atendimentos.
Para a coordenadora estadual de politicas públicas para mulheres, Tai Loschi, as denúncias cresceram porque as mulheres estão se sentindo mais seguras com a lei que pune o agressor com mais rigor.
Em 2012, três mulheres morreram vítimas da violência doméstica em Mato Grosso do Sul. Este ano, mais três mortes foram registradas no estado, e uma está sob investigação policial.
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