Ontem, dia 31 de maio, foi celebrado o Dia Mundial sem Tabaco. Em Mato Grosso do Sul, somente no ano passado 278 pessoas morreram em decorrência de câncer nos brônquios e pulmões, doenças agravadas, e até mesmo causadas pelo consumo do cigarro.
E sste número vem aumentando no Estado. Somente no primeiro trimestre deste ano, 107 pessoas morreram por conta de doenças associadas ao tabagismo, número 54% maior do que a média para o mesmo período no ano passado, de acordo com levantamento feito pelo Programa de Prevenção Primária de Câncer/Tabagismo da Secretaria Estadual de Saúde.
Somando as mortes de 2010 com as registradas nos três primeiros meses deste ano, o Estado atinge uma média de cinco óbitos por semana provocados pelo cigarro. “Todo ano fazemos na capital uma pesquisa por telefone, o vigitel, e o que temos percebido é que cada vez mais adolescentes e jovens acima de 18 anos fumando mais e os adultos deixando de fumar. Quando a pessoa atinge 25 anos, já começa a procurar ajuda”, afirma Albertina Martins de Carvalho, gerente do programa.
Apesar dos homens serem maioria entre os fumantes, as mulheres são as que começam a fumar mais cedo, de acordo com o Vigiescola, um levantamento feito programa entre 2009 e 2010. Nele foi constatado que os meninos tem começado a fumar a partir dos 15 anos, já as meninas a partir dos 11 anos.
O dado é preocupante porque as meninas estão mais suscetíveis a contrair doenças em decorrência do tabagismo. “Alia-se anticoncepcional precocemente, com bebida e cigarro, o que é muito prejudicial para a saúde feminina”, afirma Albertina. Com o passar dos anos a preocupação dos efeitos do cigarro no corpo das mulheres só aumenta.
“As mulheres, quando chegam à faixa de 45 a 60 anos, estão entrando na menopausa e podem ter outros transtornos como sangramentos indesejáveis. Então tem que ter o cuidado redobrado com o câncer de mama, e principalmente com o de colo de útero, em que o tabagismo é algo muito agravante”, afirmou a gerente.
De acordo com ela, as mulheres fumantes têm uma responsabilidade ainda maior. “A mulher traz a lembrança carinhosa, de lar, aos filhos e eles acabam associando isso. As crianças acabam aprendendo a fumar vendo os pais, principalmente a mãe”, afirma Albertina.
DOURADOS
Em Dourados, nos primeiro trimestre deste ano 85 pessoas iniciaram o tratamento para deixar o cigarro, nos três Nass (Núcleo de Apoio à saúde da Família) que existem na cidade. Destas, 73 deixaram de fumar, as outras desistiram do tratamento. A maioria dos fumantes que procuram o núcleo tem acima de 25 anos.
O atendimento é para todos os fumantes da cidade e fornecido gratuitamente em pontos estratégicos do município, nos postos de saúde da Seleta, do bairro Santo André e da Vila Rosa. Cada equipe é coordenada por uma psicóloga e tem ainda assistente social, nutricionista e fisioterapeuta.
Segundo Daniela Bitencourt Gripp de Oliveira, nutricionista do Nass 1, que fica no posto da seleta, o consumo de café e álcool é muito associado ao tabaco. “A alimentação interfere no hábito de fumar. Então, a gente dá orientações, para que eles prefiram alimentos mais saudáveis, como frutas”, esclarece.
BRASIL
No país, a estimativa é de que a cada ano 200 mil morram em decorrência do tabagismo, de acordo com divulgação do Inca.
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