O número elevado de mortes em aldeias indígenas de Campinápolis, no interior do Mato Grosso, levou o governo do Estado a decretar nesta semana situação de emergência no município.
Desde o início de 2011, 35 índios da etnia xavante morreram vítimas de doenças como diarreia e pneumonia.
No ano passado, foram registradas 72 mortes nas aldeias de Campinápolis, onde vivem cerca de 6.500 índios. Aproximadamente 80% das vítimas eram crianças com menos de 4 anos.
Segundo o secretário de Saúde do município, João Ailton Barbosa, as comunidades locais "historicamente" receberam um atendimento médico insuficiente por parte da Funasa (Fundação Nacional de Saúde).
Mas a situação piorou no segundo semestre do ano passado, quando o governo criou a Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) para assumir os serviços.
Em uma transição mal sucedida, segundo Barbosa, a Funasa reduziu suas atividades na região antes de a Sesai implementar suas ações, o que fez o índice de mortes aumentar.
O responsável pela Sesai, Antônio Alves de Souza, diz que houve "dificuldades em todo o país" durante a transição e que o processo político que resultou na criação do órgão "criou instabilidade no sistema e nas equipes" a cargo da Funasa.
"Isso pode ter contribuído [para o aumento dos casos de morte], mas é um quadro que já vinha de antes", afirma.
Souza disse que o distrito indígena xavante, localizado em Campinápolis e outros municípios da região, é prioridade da Sesai.
Desde janeiro, uma força-tarefa composta por médicos e outros profissionais foi enviada para melhorar o atendimento às comunidades, o que vem reduzindo o número de mortes, conforme Souza.
O órgão também aumentou em 25% a equipe de saúde permanente e comprou veículos especiais para o deslocamento dos doentes.
Ao decretar situação de emergência, a Prefeitura de Campinápolis pediu ao governo federal que libere recursos para a construção de um novo hospital, que permitiria o atendimento de casos de média complexidade.
A reportagem procurou a assessoria da Funasa e do Ministério da Saúde para questionar a atuação do órgão durante a transição, mas não obteve resposta.
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