Imagens que circulam pelas redes sociais mostram a movimentação devenezuelanos pelas ruas de Caracas após o líder opositor Juan Guaidó — que em janeiro se proclamou presidente interino com o apoio da Assembleia Nacional de maioria opositora — publicar em suas redes sociais nesta manhã um vídeo, gravado próximo à base militarde La Carlota, no bairro de Altamira, no qual anuncia "o fim definitivo da usurpação" do poder pelo presidente Nicolás Maduro.
Para além de gritos de apoio a Guaidó, as imagens registram grupos de manifestantes buscando se proteger de bombas de gás lacrimogêneo lançadas no local. Militares armados e carros blindados se juntam aos civis nas ruas, enquanto motoristas fazem "buzinaços" na cidade.
São poucos os registros online do que ocorre nesta terça-feira no país, já que o acesso à internet está muito restrito. A deputada opositora Gaby Arellano denunciou que o regime chavista derrubou a rede em todo o país. Segundo o portal "NetBlocks.org", que rastreia o funcionamento de internet pelo mundo, sites como YouTube, Bing, Google e até o sistema operacional Android estão fora do ar ou funcionando precariamente no país.
No vídeo publicado nesta manhã, Guaidó aparece cercado de militares e afirma que "hoje valentes soldados acudiram a nosso chamado" e conclama a população a ir às ruas. "Povo da Venezuela, começou o fim da usurpação. Neste momento, me encontro com as principais unidades militares da nossa Força Armada, dando início à fase final da Operação Liberdade", escreveu o líder opositor em sua conta no Twitter.
O governo, que garante não haver mobilização militar em favor da oposição além de um "reduzido grupo de traidores", denunciou uma tentativa de golpe de Estado e convocou cidadãos ao Palácio de Miraflores para a defesa do regime. Interlocutores da oposição disseram ao GLOBO que "está em marcha um golpe de Estado e a fase final da Operação Liberdade".
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