Nova operação deflagrada pela Polícia Federal investiga possível fraude na aquisição de ações do Banco Panamericano pela Caixa Econômica Federal. Segundo a corporação, há fortes indícios de que a a transação tenha causado expressivos prejuízos ao erário federal e prejuízo a correntistas e clientes.
A Justiça determinou a indisponibilidade e bloqueio de valores de contas bancárias dos alvos em valores que somam R$ 1,5 bilhão. Os investigados devem responder por gestão temerária ou fraudulenta e as podem chegar a 12 anos de reclusão.
Ao todo, são cumpridos 46 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 10ª Vara Federal de Brasília. As ações ocorrem de forma simultânea em São Paulo, no Rio de Janeiro, no Paraná, em Pernambuco, Minas Gerais e no Distrito Federal. Na capital federal, há buscas na sede da Caixa e no Banco Central.
De acordo com a PF, as ações fraudulentas envolviam três núcleos criminosos:
o de agentes públicos: "responsáveis diretos pela assinatura dos pareceres, contratos e demais documentos que culminaram com a compra e venda de ações do Banco Panamericano pela Caixa e com a posterior compra e venda de ações significativas do Banco Panamericano pelo Banco BTG Pactual S/A":
o de consultorias: "contratadas para emitir pareceres a legitimar os negócios realizados";
o de empresários: "conhecedores das situações de suas empresas e da necessidade de dar aparência de legitimidade aos negócios, contribuíram para os crimes em apuração".
Batizada de "Conclave", a operação remete ao ritual que ocorre a portas fechadas para escolher o Papa, maior representante da Igreja Católica. Segundo a PF, neste caso investigado, as negociações entre o Banco Panamericano e a Caixa também ocorreram de forma sigilosa.
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