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Brasil

População urbana superará a rural em 2008, diz ONU

28 Jun 2007 - 04h12
O mundo atingirá em 2008 um ponto em que pela primeira vez a população urbana vai superar a rural, disse a Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quarta-feira, 27, alertando para a necessidade de preparativos. O relatório mostra que, até 2050, mundo terá 9 bilhões de pessoas.

Do contrário, cidades e aldeias podem ficar sobrecarregadas, especialmente nos países em desenvolvimento, segundo Thoraya Obaid, diretora do Fundo Populacional da ONU (UNFPA, na sigla em inglês). "O crescimento urbano está acontecendo, é inevitável", disse Obaid no lançamento do relatório Situação da População Mundial 2007.

"Mas, a não ser que seja gerenciado, ele vai nos gerenciar e pode se tornar um ninho de turbulência política e conflito armado."

A ONU já disparou esse alarme várias vezes, sendo a mais notável em 2003, num relatório sobre o crescimento das favelas, onde vive um terço da população urbana mundial.

A mensagem do novo relatório do UNFPA é ainda mais clara. Diz que até 2008 3,3 bilhões dos 6,6 bilhões de seres humanos viverão em áreas urbanizadas, chegando a 5 bilhões em 2030. A maioria estará nos países em desenvolvimento, em cidades costeiras, ameaçadas de inundações devido ao aquecimento global.

De 2000 a 2030, a população urbana asiática dobrará, atingindo 2,6 bilhões de pessoas. Na África, o crescimento será ainda mais expressivo, de 294 milhões para 742 milhões. Ambos os continentes são os mais expressivos no tocante ao crescimento urbano.

Com as cidades desses continentes crescendo ao ritmo de um milhão de habitantes por semana, quase sete em cada dez cidadãos urbanos serão asiáticos ou africanos em 2030, previu o estudo.

Na América Latina e Caribe, a população das cidades deve saltar de 394 milhões para 609 milhões no mesmo período, ou seja, um aumento de 50% em relação a hoje.

"Se quisermos capitalizar o potencial desta migração urbana, então devemos mudar nossa mentalidade", afirmou Obaid. "As políticas têm de ser mudadas e os investimentos e programas adequados precisam ser feitos. Favelas, pobreza e violência existem porque o crescimento urbano não foi bem gerenciado."

Gerenciamento

Ela disse que, ao invés de tentar conter o êxodo rural, como normalmente ocorre, os planejadores urbanos deveriam reservar terrenos para serviços básicos, como abastecimento de água, habitação e saneamento, a fim de lidar com o afluxo populacional.

Tal planejamento espacial evitaria que as favelas se proliferassem e permitiria a inclusão dos recém-chegados, especialmente mulheres e jovens, no ambiente urbano e em sua economia. "A urbanização é uma força do bem se for bem amarrada e bem gerenciada", disse Obaid, citando a maior independência das mulheres urbanas e o melhor acesso a saúde pública e planejamento familiar.

"Portanto, é preciso prestar maior atenção às cidades menores, proporcionando-lhes recursos como informação e assistência técnica (para encarar desafios futuros)." Obaid acrescentou que "a urbanização é inevitável", e que o processo deveria ser "uma força para o bem".

O relatório diz que, ao contrário do que se previa há 10 anos, as megacidades - com mais de 10 milhões de habitantes - não são as que mais crescem atualmente. O maior aumento populacional acontece nas cidades de até 500 mil habitantes, que até agora escapavam à atenção dos urbanistas.

Por outro lado, segundo ela, a urbanização desordenada alimenta a pobreza e a desesperança, criando um mercado pronto para a exploração e o abuso por parte de criminosos e políticos inescrupulosos.

Favelas

O cenário de concentração do crescimento urbano em cidades do mundo em desenvolvimento fez o UNFPA alertar para a conseqüente explosão das favelas. Atualmente, um bilhão de pessoas vive em favelas, 90% das quais estão nos países em desenvolvimento e 40% na Índia ou na China.

"Na África Subsaariana, a urbanização tornou-se virtualmente sinônimo de crescimento das favelas; 72% da população urbana da região vive sob condições de favela, comparados a 56% no Sul da Ásia", disse o relatório.

"A população de favelas na África Subsaariana quase dobrou em 15 anos, alcançando cerca de 200 milhões em 2005."

Para os brasileiros, as favelas viraram a maior ilustração das grandes cidades, com milhões de habitantes. Mas o relatório ressaltou que a maior parte do crescimento se dará em cidades de menos de 500 mil habitantes. "É preciso concentrar a atenção onde o crescimento é maior", afirmou a diretora-executiva do UNFPA, Thoraya Ahmed Obaid.

Migração campo-cidade

O relatório disse que o crescimento urbano do futuro não se dará pela migração do campo para as cidades, e sim pelo próprio aumento das populações que já vivem nelas, e criticou políticas oficiais de alguns países de proibir ou desencorajar a movimentação do mundo rural para o urbano.

Tais políticas, hoje comuns, por exemplo, na China, também caracterizaram a América Latina nos anos 70. "A transição urbana na América Latina ocorreu apesar de muitas políticas antiurbanas explícitas. De modo geral, a transição urbana foi positiva para o desenvolvimento", observou o relatório.

"Uma atitude proativa em relação ao inevitável crescimento urbano teria minimizado muitas de suas conseqüências negativas, particularmente a formação de favelas e a falta de serviços urbanos para os pobres."

 

 

Estadão

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