São minoritários os casos em que um candidato vai para o segundo turno com minoria de votos e acaba ganhando a disputa. Até hoje, esse fato nunca foi registrado em eleições presidenciais.
Nas 70 eleições de governadores nas quais houve segundo turno até hoje (o sistema começou a ser usado em 1990), apenas em 20 (28,6%) ocorreram viradas. Ou seja, só em 3 de cada 10 segundos turnos o candidato que terminou em inferioridade de votos o primeiro turno acabou depois passando a liderar e venceu o pleito.
Neste ano haverá dez segundos turnos: para presidente (será a quarta vez na história), em oito Estados e no Distrito Federal.
No caso da disputa pelo Planalto, Dilma Rousseff (PT) terminou o primeiro turno com 46,9%. José Serra (PSDB) teve 32,6%. A diferença entre ambos foi de 14,3 pontos percentuais.
Em eleições presidenciais, já houve um caso em que a diferença foi menor do que a atual entre os dois concorrentes no segundo turno: em 2006, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ficou somente 7 pontos percentuais à frente de Geraldo Alckmin (PSDB). Mesmo assim, o petista acabou vencendo.
Analisados os cenários nos Estados, é possível encontrar só um caso de virada no qual a diferença entre os dois concorrentes era maior do que os 14,3 pontos que separam Dilma e Serra.
Esse cenário inusitado teve como palco a disputa pelo governo de Minas Gerais, em 1994. Naquela eleição, Hélio Costa (PMDB) terminou o primeiro turno com 48,3% dos votos. O outro candidato era Eduardo Azeredo (PSDB), com meros 27,2%. Quando os votos foram contados no segundo turno, o peemedebista obteve 41,3% contra 58,6% do tucano.
CURVA
Mas essa virada foi um ponto fora da curva nas histórias de segundos turnos. Em 16 dos 20 casos em que o azarão disparou no final, a diferença entre os dois candidatos no primeiro turno era inferior a 10 pontos percentuais. E em 9 dessas 16 viradas, a distância era abaixo de 5 pontos percentuais.
Em resumo, a inversão de posição entre candidatos existe na história dos segundos turnos. Mas é sempre um acontecimento fora do padrão e mais fácil de acontecer quando os concorrentes terminam bem mais próximos no primeiro turno.
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