FOTO: ARQUIVO PESSOALCom apenas 15 anos, a sul-mato-grossense Júlia Motta Martins luta pela terceira vez contra o câncer e agora, ela precisa de uma medicação milionária para combater a doença. Por isso, a família da adolescente está empenhada na organização de uma vaquinha virtual.
A batalha da eldoradense começou quando ela tinha apenas sete anos, em março de 2016, especificamente. A investigação dos sintomas da menina durou cerca de quatro meses, de novembro de 2015 a março do ano seguinte.
De acordo com Taiane Backes Motta Medeiros, mãe de Júlia, na primeira vez, a família começou a investigar os sintomas porque a menina dizia sentir fortes fisgadas nas costas, “como ela costuma dizer é como se tivesse tomando uma facada”, exemplificou.
A pequena passou por tratamentos durante dois anos e nove meses, até que conseguiu ir para o transplante de medula, em dezembro de 2018. Precisamente, em janeiro de 2019, a medula pegou e ela ficou sem necessitar de tratamento até março de 2022, quando teve a primeira recidiva da doença.
As recidivas do câncer são caracterizadas pelo reaparecimento da doença, que pode ser no mesmo local ou em outros órgãos. 
Na primeira recidiva, primeiramente, Julia apresentou uma crise de ausência [um tipo de crise epilética]. Especificamente no dia 13 de março, ela passou mal novamente, teve uma crise mais forte e chegou a convulsionar no hospital.
A partir de então, a família iniciava uma nova batalha contra o neuroblastoma. Ela passou por 18 sessões de radioterapia; e cinco aplicações da imunoterapia Dinutuximab.
Até que em dezembro de 2022, ela estava novamente em remissão da doença [quando o câncer não é mais detectado por nenhum exame]; e conseguiu ser encaixada em um estudo nos Estados Unidos e tomou a medicação proposta.
Contudo, em agosto de 2023, Júlia passou por novos exames e, por meio de uma ressonância magnética, foram constatadas alterações e novas lesões ósseas. Devido a isso, a garota foi excluída do tratamento experimental, que só pode ser feito em crianças que não tem a doença ativa.
A partir disso, foi iniciada uma investigação mais aprofundada para entender o que estava acontecendo, sendo coletado um mielograma e uma biópsia de medula e, no dia 19 de setembro, dias após comemorar os seus 15 anos, Julia descobriu que terá que lutar pela terceira vez contra o câncer.
Taiane relata que após receber a notícia, na volta da escola, ela e o pai da garota contaram sobre o novo ciclo que enfrentarão. E mesmo um pouco assustada, Júlia não chorou e, otimista, disse que não adiantaria reclamar e se mostrou disposta a iniciar o tratamento, mais uma vez.
“Mas não tem como falar que isso não abala uma criança, uma adolescente de 15 anos, né? O fato dela imaginar que vai estar perdendo cabelo e que vai passar por todo o processo novamente, óbvio que deixa ela abalada e triste”, comenta a mãe, reforçando que desistir não é uma opção.
Em busca da cura
Dessa vez, Júlia precisará passar por um novo tratamento para combater o câncer grau quatro porque as células do neuroblastoma já são resistentes a algumas quimioterapias, visto que ela já passou por quatro protocolos.
Com urgência, Júlia deve iniciar a quimioterapia, com novos medicamentos, entretanto, a chance da cura está na medicação Danyelza, que custa mais de cinco milhões de reais. Ela é uma imunoterapia específica para recidiva de neuroblastoma na parte óssea e medula.
O alto valor do medicamento e a demora para o recurso ser liberado por meio de vias judiciais, que está em trâmite, fez com que a família a optasse em fazer uma vaquinha virtual. A ação já alcançou várias partes do mundo, porém, o caminho para chegar na quantia necessária ainda é longo.
A mãe de Júlia conta que relutou sobre a decisão de começar a ação na internet, porém, quando viu que seria uma das saídas, não pensou duas vezes, “para salvar a vida da minha filha, se precisar, eu vou até o fim do mundo”, comenta.
Taiane afirma que conta com a ajuda da família e não questiona Deus sobre o que tem acontecido, por acreditar que a história da filha servirá para mostrar que Ele ainda faz milagres na terra; e de que a humanidade não está perdida, apontando a ajuda que tem recebido até de desconhecidos.
E, por mais que saiba que o caminho é difícil, a mãe da pequena batalhadora afirma que o maior sonho é que o processo seja o mais leve e rápido possível,“ tenho total certeza e fé de que a Júlia vai ser curada”.
Vaquinha
Dos R$ 5.660.000,00 necessários para o tratamento, a vaquinha arrecadou quase R$ 790 mil, em menos de uma semana. Para participar da campanha basta clica neste link, seja para doar ou compartilhar a ação.
Foto interna I: Júlia durante o processo do câncer; (Arquivo Pessoal)
Foto interna II: Júlia no ensaio de 15 anos, antes de saber estar com câncer pela 3ª vez. (Arquivo Pessoal)
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