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Sonho vira pesadelo e mulher perde umbigo depois de 2 cirurgias plásticas

15 Out 2013 - 17h34Por Campo Grande News

“Eu não conseguia me ver no espelho. A tortura é muito grande e só quem é vítima sabe. Ainda hoje bate revolta, arrependimento e todos os tipos de sofrimento”, lamenta uma empresária de 33 anos, que ficou sem o umbigo depois de se submeter a dois procedimentos cirúrgicos estéticos realizados pela médica Andrea Ribeiro Aleixo Gorski, em Campo Grande.

O drama da empresária começou em 2009 com a realização de uma abdominoplastia (remove excesso de gordura e pele da barriga). Dias depois da operação, a mulher percebeu que algo estava errado e precisou passar por outro procedimento, que foi avaliado como normal pela cirurgiã. Sete meses depois da segunda cirurgia, a paciente chegou a conclusão que foi vítima de erro médico e decidiu procurar a Justiça.

Saga – Insatisfeita com o tamanho da barriga, no dia 27 de novembro de 2008, a empresária, então com 28 anos, decidiu passar por uma cirurgia para diminuir o tamanho da circunferência abdominal. Em contato com a cirurgiã plástica Andrea Gorski, as duas fecharam um preço de R$ 5.250,00 pela realização da abdominoplastia.

De acordo com o advogado da paciente, Fernando Martinez Ludvig, a empresária realizou os exames cardíacos, de sangue e outros requeridos pela médica antes da cirurgia. Todos atestavam que a empresária estava saudável e poderia passar por uma intervenção plástica.

No dia 22 de janeiro de 2009 a paciente foi internada no Hospital São Julião para passar fazer a plástica. No pós-operatório, ela afirma que tomou os cuidados necessários. Mesmo assim, 15 dias após o procedimento, notou que a cicatriz que havia ficado em seu umbigo não era compatível com o resultado prometido pela médica.

“Mesmo alegando que era procedimento normal, a médica propôs uma segunda cirurgia, desta vez reparadora e sem custo adicional”, revelou o advogado. A segunda intervenção cirúrgica foi feita no dia 30 de setembro de 2009 para corrigir o defeito deixado pela primeira.

Depois de passar pela segunda operação, a médica recomendou que a empresária fizesse o uso de uma cinta de alta compressão, conhecida como macaquinho, para ajudar na modelagem da cintura. No entanto, após sete meses, a paciente percebeu que o resultado não foi alcançado e decidiu recorrer a Justiça.

Demora na Justiça – A empresária entrou com pedidos de indenização por danos morais e materiais. O processo classificado como erro médico tramita na 12ª Vara Cível de Campo Grande desde o dia 10 de agosto de 2010. Como se não bastasse os danos de ficar com a barriga deformada, a paciente ainda se viu obrigada a conviver com a demora da Justiça.

“Há mais de três anos ela espera pelos serviços de dois peritos, um para avaliar a cirurgia plástica e outro para estimar os danos psicológicos, para depois poder fazer uma cirurgia corretiva. Desde 2012 o juiz vem nomeando médicos, que sempre se justificam e dizem que não podem atuar em um processo contra outra médica”, explica o advogado.

Em um prazo de dois anos e seis meses, nove médicos foram nomeados pelo juiz Wagner Mansur Saad para assumirem as vagas de peritos. No entanto, nesse período, só o médico César Aníbal Aguiar Benavides aceitou atuar como perito para analisar a cirurgia da paciente em um processo de erro médico contra a cirurgiã plástica Andrea Gorski.

Após realização de abdominoplastia, paciente ficou com umbigo em formato de estrela (Foto: Reprodução)Após realização de abdominoplastia, paciente ficou com umbigo em formato de estrela (Foto: Reprodução)

“Agora estamos esperando um psiquiatra aceitar a nomeação do juiz para analisar os danos psicológicos da paciente. Os outros médicos que recusaram a perícia alegavam os mais diversos motivos para não atuarem no processo contra a doutora Andrea, entre eles eram citados vínculos profissionais e pessoais com a médica”, afirma Fernando.

Ainda de acordo com o advogado, o processo poderá demorar meses para ser concluído. Isso porque o juiz terá que esgotar o quadro de 64 psiquiatras considerados ativos pelo CRM/MS (Conselho Regional de Medicina). “Se nenhum psiquiatra de Mato Grosso do Sul aceitar ser perito, o juiz recorrerá a um profissional de foram do Estado”, conta.

Resultado pericial aponta cirurgia errada – O parecer do médico César Aníbal Aguiar Benavides, que avaliou a cirurgia plástica da empresária, concluiu que a paciente foi vítima de erro médico. No documento elaborado por ele e anexado no processo, consta que Andrea não realizou uma abdominoplastia na paciente, mas sim uma técnica conhecida Smith, que é utilizada para tratamento de queimaduras.

“O resultado cicatricial do abdômen foi ruim e está até hoje com sequelas estéticas”, escreveu o médico. Para ele, percebe-se a “presença de cicatriz umbilical e pele umbilical com sinais de hipertrofia e retração cicatricial em sua porção central de forma radial e ovalada, medindo 2,5 centímetros em seu maior ponto e entre 1,6 e 3,4 centímetros de elevação”.

O perito concluiu que a área apresenta sequelas estéticas que ultrapassam os limites do umbigo. Ele considerou que a cicatriz decorreu dos procedimentos cirúrgicos realizados pela médica Andrea Gorski.

Incerteza – Depois de ter a barriga mutilada em uma cirurgia plástica há quatro anos, a empresária de 33 anos ainda busca forças para viver. Ela é casada, mãe de dois filhos e procura na família a vontade de continuar.

“Quando uma mulher procura um procedimento e sai de lá com um resultado muito pior muda muita coisa na vida. Tenho a sensação de que estou em um processo inacabado. Vou tentando levar minha vida, mas é muito difícil”, conta.

Em 2008, mulher estava insatisfeita com o corpo e quis fazer uma plástica para diminuir o tamanho da barriga (Foto: Reprodução)Em 2008, mulher estava insatisfeita com o corpo e quis fazer uma plástica para diminuir o tamanho da barriga (Foto: Reprodução)

Com 1,66 metros de altura e pesando 52 quilos, a empresária é considerada bonita por quem a conhece. “As pessoas me veem e dizem que eu tenho um corpo perfeito, mas não é assim. Quando estou de roupas até me sinto uma mulher bonita, mas se fico só de lingerie é ao contrário”.

“Por exemplo, eu consegui colocar um biquini pela primeira vez depois de quatro anos. Faço acompanhamento terapêutico para tentar conviver com isso. Mas são altos e baixos. Tem dias em que estou bem e tem dias que não”, revela.

Após o trauma e com o desejo de se ver livre das cicatrizes e manchas que tomaram sua barriga, a empresária não ter certeza se conseguirá passar uma terceira cirurgia. “Tenho vontade, mas também muito medo de não conseguir operar de novo. Tenho receio de sair do hospital com uma mutilação pior. Medo de criar uma expectativa e voltar a ser infeliz”, lastima.

Andrea Ribeiro Aleixo Gorski – A cirurgiã plástica Andrea Gorski é graduada pela UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e é membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

A reportagem do Campo Grande News entrou em contato com a médica, por mais de uma vez, para conversar sobre a acusação de erro médico. No entanto, ela não foi encontrada no consultório e nem no telefone celular divulgado pela Sociedade de Cirurgia Plástica.

Sobre Andrea, pesam duas acusações de erro médico.

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