O médico responsável por acompanhar as gêmeas siamesas de Naviraí, que foram transferidas da Santa Casa de Campo Grande para o Hospital Materno Infantil de Goiânia desde o dia 16 de dezembro de 2013, disse a reportagem do MS Record.com.br que a separação das meninas é impossível.
“Já foi avaliado e a separação delas é impossível. Não tem como fazer o procedimento. Elas dividem um coração e por esse fator a separação é impossível. Se elas sobreviverem, vão viver unidas para sempre. Agora, é esperar”, explica o cirurgião pediátrico, Zacharias Calil.
O médico explicou ainda como está sendo o procedimento com as meninas no hospital.
“Nós estamos acompanhando o dia-a-dia das meninas. Estamos dando todo o suporte para elas sobreviverem, pois não há mais o que fazer. Mas, estou surpreso de elas estarem vivas até hoje”, afirma Zacharias.
O pediatra informou que o estado de saúde das meninas continua grave.
“Elas respiram por aparelhos, alimentação por sondas, mas com os parâmetros estáveis, ou seja, saturação de oxigênio, frequência cardíacas. Porém, a partir de algum estresse, se tornam instáveis e pode ter um desequilíbrio muito grande com relação a respiração e a frequência cardíaca”, finaliza o cirurgião.
De acordo com o médico não há possibilidade de escolher uma delas.
“Não tem como, porque é o mesmo coração, então qualquer procedimento agressivo que se fizer pode levar a morte das duas. Para se fazer uma cirurgia dessas tem que fazer uma circulação extracorpórea, então todo sangue é retirado e colocado em uma maquina, então é uma cirurgia agressiva, então não tem como, talvez um transplante de coração, precisa de dois corações e nessa idade é impossível”
As meninas nasceram prematuras no dia 28 de novembro em Campo Grande, após 34 semanas de gestação. Ficaram internadas na Santa Casa, até serem transferidas para o Hospital Materno Infantil de Goiânia, que é referência no acompanhamento de gêmeos siameses no Brasil.
Um relatório médico feito ainda pela equipe da Santa Casa apontou que, após a realização de ecocardiograma e tomografias, foi constatado que as meninas dividem o mesmo coração, e o mesmo fígado, aumentando ainda mais a complexidade do caso.
A família das gêmeas é de Naviraí, a 359 quilômetros de Campo Grande. Ana Paula Alves, a mãe das crianças, foi encaminhada à Capital quando ainda estava em processo de parto. Ela explicou aos médicos que fez um pré-natal tardio, e sabia que as meninas nasceriam grudadas. A meninas nasceram unidas pelo tórax e abdômen.
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