Pelo segundo dia consecutivo, enfermeiros, técnicos em enfermagem, radiologia e setor administrativo da Santa Casa cruzaram os braços com objetivo de receber o 13º salário. O protesto ocorreu na manhã de hoje (23), em frente ao saguão de entrada do hospital.
No rosto dos trabalhadores é possível ver o desânimo e a revolta ao terem que fazer manifesto em busca de algo que é direito de quem trabalhou o ano inteiro.
Mesmo com funcionários parados, os sindicatos dos trabalhadores garantiram que cerca de 40% do efetivo continuam trabalhando para manter os serviços essenciais.
Ao TopMídiaNews, Natália Caldeirone, do setor da higienização, contou que se sente desvalorizada, desanimada e, que, devido a pandemia, eles trabalharam dobrado durante o ano.
“É humilhante, me sinto humilhada e é o terceiro ano que passo por isso. Estou procurando outro serviço. A gente não é reconhecido. Às vezes nem temos material para trabalhar. É o terceiro ano que passo por isso. esse ano trabalhamos dobrado, colocamos a nossa saúde e a da nossa família em risco. Eu tenho o suporte do meu marido [lado financeiro], e quem não tem?", questionou à equipe de reportagem.
Outra funcionária, que preferiu a identidade preservada, revelou que a falta de pagamento em dia pode ser o motivo de muitos apelaram para atestado.
“É difícil, nós temos família e eu tenho 4 filhos. Ficamos desconsoladas, desmotivadas para trabalhar. Você trabalha desanimada e, por isso, tem muita alta de atestado, muita gente afastada. Não somos valorizadas. Não somos reconhecidos pelo que fazemos", desabafou.
"É frustrante. O sentimento é frustrante e triste. O salário vai para as contas e o décimo é para passar o ano novo de forma diferente. Nós somos cobradas e não somos valorizadas"
A profissional de limpeza do CTI, Andrea Malaquias contou que se sente abandonada e que sair de férias sempre é uma frustração.
“Estamos aqui por uma luta, não abandonamos o que fazemos. Os funcionários tiraram férias e não tiveram dinheiro na conta. Querem pagar as horas extras em folga. Precisamos do dinheiro, mas nunca sabemos a data certa".
Um dos organizadores da manifestação, o presidente do Siems (Sindicato dos Enfermeiros de Mato Grosso do Sul), Lázaro Santana, disse que todos os profissionais da Santa Casa estão sem receber, inclusive, a primeira parcela, que deveria ter sido paga no dia 30 de novembro.
Ele disse que a previsão de pagamento era hoje, mas depende de repasse da prefeitura de Campo Grande, que aguarda nota fiscal da Santa Casa.
Segundo ele, por isso, os trabalhadores vão permanecer no saguão de entrada da unidade.
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