Uma confusão por causa do hospital acabou com um velório de uma vítima do coronavírus sendo feito com caixão aberto em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, nesta quarta-feira (19). A família não sabia que o homem tinha morrido da doença, pois o atestado de óbito informava pneumonia. O caixão teve que ser fechado e o velório suspenso.
Foto: Reprodução/aRede.
Segundo o Hospital Universitário de Ponta Grossa (HU-UEPG), onde o homem de 45 anos morreu, não havia sinais de infecção pelo coronavírus, mas ainda assim foi realizada a coleta de material para realização do teste PCR, conforme determina o protocolo. O resultado do exame, positivo para coronavírus, foi divulgado enquanto a família já estava velando o corpo.
Veja abaixo o relato da mãe do homem, que contou sobre como foi todo o processo de encaminhamento do filho ao hospital. O registro é de Márcio Lopes:
Com a informação, a família concordou em fechar o caixão e suspender o velório. Segundo o hospital, em nota, o paciente já tinha testado positivo no dia 13 a partir de material coletado na UPA onde procurou o primeiro atendimento, mas a informação não tinha sido repassada ao hospital.
Por outro lado, ao portal aRede, a Fundação Municipal de Saúde (FMS) se manifestou sobre o caso, que entrou no relatório municipal como o 31º óbito provocado pela covid-19 em Ponta Grossa. Segundo a prefeitura, o resultado do exame constava no sistema oficial do Laboratório Central do Estado (Lacen) e a informação estava à disposição da equipe do HU-UEPG.
Ainda conforme a prefeitura, todas as pessoas que estiveram no velório entraram no monitoramento do município. Além disso, todo o local receberá desinfecção. Essa, porém, é a segunda vez que um velório de vítima do coronavírus é feito com caixão aberto em Ponta Grossa. Em julho, outra situação ganhou repercussão.
Prefeito se pronuncia sobre polêmica
A repercussão do caso foi tamanha que até o prefeito, Marcelo Rangel (PSDB), se manifestou sobre o assunto. Em seu programa de rádio na manhã desta quinta-feira (20), o prefeito destacou que o maior risco de contágio não está necessariamente no falecido, mas sim no contato entre as outras pessoas que frequentam a cerimônia. “A pessoa que está sendo velada não respira, não tem o contato direto com ninguém, exceto quem está ali naquele momento mais triste, chegando próximo ao falecido”, disse o gestor municipal.
Rangel também comentou que, na sua opinião, o velório deveria ter maior flexibilização para que a família tenha oportunidade de dar adeus ao ente querido. “Essa doença é a mais terrível justamente pelo fato de não poder se despedir de um pai, avô ou um filho, a pessoa é ensacada, lacrada e vai direto para o fundo da terra”, relatou o chefe do Executivo. Ele também afirmou que está “pensando em fazer novo protocolo” de orientações para esse tipo de cerimônia.
De acordo com o prefeito, não haveria problemas se as pessoas que frequentam o velório se protegerem com máscaras e evitarem abraços, além de deixar o caixão fechado. “Você está exposto ao vírus com as pessoas vivas, a pessoa que está conversando com você é mais perigosa do que aquela que já não está mais entre nós”, voltou a afirmar o gestor.
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