Menu
terça, 23 de abril de 2024
Busca
Busca
SETEMBRO VERDE

Fila do transplante de órgãos tem 428 pessoas em MS, mas recusa de famílias chega a 70%

Expressar o desejo de ser doador é essencial para que vidas possam ser salvas

19 Set 2021 - 08h27Por Portal do MS

A recusa familiar é um dos principais motivos para que um órgão não seja doado no Brasil. Em Mato Grosso do Sul a negativa de famílias para a doação de órgãos e tecidos de seus parentes depois da comprovação da morte encefálica comprovada chega a 70% segundo a Central Estadual de Transplantes. 

Por outro lado, ao menos 428 pessoas anseiam pelo sim das famílias que mesmo num momento de dor, podem mudar o destino e a qualidade de vida de quem espera. Atualmente a fila do transplante no Estado conta com pessoas na espera por 4 corações, 147 rins e 277 córneas. 

A pandemia influenciou no processo de doação e transplantes em todo País, e não foi diferente em Mato Grosso do Sul. Segundo a coordenadora estadual da Central de Transplantes, Claire Miozzo, foram inúmeros fatores que afetaram os transplantes.  

“Muitas vezes tinha um potencial doador de órgãos e tecidos, e o resultado do teste de covid dava positivo. Algumas vezes tínhamos o doador e não tinha leito disponível para realizar o transplante. Outras vezes o receptor que ia receber o transplantes estava com Covid. Tivemos alta na negativa familiar. As famílias ansiosas e com medo da doença, negavam fazer a doação. Foram vários fatores que fizeram com que o processo fosse prejudicado”, explica.

Para se ter uma ideia, de janeiro a agosto deste ano foram realizados transplantes de 1 coração, 7 rins e 91 córneas. No mesmo período do ano passado foram 3 corações, 17 rins e 80 córneas. 

De acordo com a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) 67% dos brasileiros têm o desejo de doar órgãos, mas apenas metade já avisou a família. A campanha Setembro Verde deste ano reforça a importância de avisar a família sobre a decisão. 

A espera 

Pessoas que entram na fila de espera por um transplante de órgão já imaginam que levará tempo para encontrar um doador. Os obstáculos da pandemia, se somam a situações que já existiam antes, como o grande número de pessoas na espera e a reduzida quantidade de doadores, além de contratempos relacionados à compatibilidade entre doador e receptor.

A analista contábil Beatriz Souza Cunha, 34 anos, recebeu o transplante de córnea em 2019, antes da pandemia. Ela conta que ficou seis meses na fila, e lembra como se fosse hoje do dia que recebeu a ligação da Central de Transplantes. 

“Fiquei paralisada de felicidade e medo ao mesmo tempo! Feliz por ter chegado meu esperado dia de finalmente resolver um problema que estava dificultando muito minha vida e me causando grandes transtornos! Perder a visão além de ser difícil pela própria deficiência, também deixa uma marca pesada na auto estima pois afeta a aparência do olho, então era muito triste estar passando por aquela situação. Com medo pois é uma cirurgia que envolve riscos como qualquer outra questão cirúrgica. Mas graças a Deus e aos profissionais que me atenderam deu tudo certo”, conta. 

Luciana de Oliveira França, 40 anos, sonha com o mesmo desfecho de Beatriz. Uma infecção associada ao uso da lente, acabou prejudicando sua córnea e já são dois anos de espera por um transplante.

“Estou há dois anos na fila. O transplante é essencial, tanto de córneas quanto para outros órgãos, porque em nós mulheres, por exemplo, a autoestima vai lá embaixo. Eu não caí em depressão porque confio muito em Deus, e entreguei nas mãos Dele e também das famílias que puderem autorizar a doação de seus entes queridos”, convoca.

Ela conta que fez do óculos escuro um acessório tão indispensável no dia a dia, que até os filhos questionam porque a mamãe não fica mais sem óculos. A fim de conscientizar as pessoas a se declararem doadores de órgãos e tecidos, Luciana não só tirou uma foto sem o adereço, como também autorizou a publicação da imagem. 

Como ser um doador

De acordo com a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, para ser um doador de órgãos e tecidos para transplante, pela legislação vigente, nenhuma declaração em vida é válida ou necessária. Não há possibilidade de deixar em testamento, não existe um cadastro de doadores de órgãos e nem são mais válidas as declarações nos documentos de identidade e carteiras de habilitação e nem as carteirinhas de doador. 

Porém eles reforçam que discutir o assunto, em vida, com os familiares, também amplia a chance do restante da família se revelar doador ou não doador de órgãos. 

Mireli Obando, Subcom

Foto: Divulgação

Participe do nosso canal no WhatsApp

Clique no botão abaixo para se juntar ao nosso novo canal do WhatsApp e ficar por dentro das últimas notícias.

Participar

Leia Também

FOTO: BLOG FAVO DE MEL FÁTIMA DO SUL DE LUTO
Fátima do Sul com tristeza se despede do querido amigo Mirão, família informa sobre velório
UNIGRAN DOURADOS - CONGRESSO
VIII Congresso da Saúde vai reunir mais de 30 profissionais renomados na UNIGRAN
José Braga tinha 77 anos de idade - (Foto: Rede social) LUTO
Morre José Braga, ex-vereador em Dourados e Fátima do Sul
FÁTIMA DO SUL DE LUTO
Fátima do Sul se despede da querida Dona Cida, família informa sobre velório e sepultamento
DPVAT - FOTO: ARQUIVO / MÍDIA MAX DPVAT
DPVAT: Saiba o que muda caso o retorno do seguro seja aprovado no Senado

Mais Lidas

MEGA-SENA - Foto: Tânia Rego/ Agência BrasilSORTUDOS DE MS
Sortudos de MS faturam R$ 202,8 mil na quina da Mega-Sena; DEODÁPOLIS e mais 13 cidades na lista
FOTO: JD1FEMINICÍDIO EM MS
FEMINICÍDIO: Mulher morre ao ser atropelada várias vezes pelo namorado em MS
José Braga tinha 77 anos de idade - (Foto: Rede social)LUTO
Morre José Braga, ex-vereador em Dourados e Fátima do Sul
FEMINICÍDIO
Família se despede de Andressa em velório após ser atropelado por marido
ASSASSINATO
Mulher morta com 30 facadas desistiu de programa por achar assassino 'muito feio' em MS