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DIA DE COMBATE AO GLAUCOMA

Dos 6 filhos do seu Monteiro, 3 são parcialmente cegos por causa do glaucoma congênito hereditário

Este domingo marca o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma. Doença afetará 80 milhões no de pessoas no Brasil até 2020

26 Mai 2019 - 10h51Por Midiamax

Você já se imaginou ficando cego de forma gradativa e permanente? Essa a situação desesperadora de quem é diagnosticado com glaucoma, doença que afetará 80 milhões no de pessoas no Brasil até 2020, segundo projeção da OMS (Organização Mundial da Saúde). Hoje (26), o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma, a falta de conhecimento sobre o assunto é o principal motivo do diagnóstico tardio.

Há 19 anos trabalhando como professor de oftalmologia da faculdade de medicina da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) de Campo Grande, Luiz Taranta diz que 3% da população tem glaucoma e, muitas das vezes, não diagnosticado. “A doença é tão perigosa por não apresentar qualquer sintoma. Chamamos de ‘mau silencioso’ exatamente por ser percebida já tarde demais”, explica.

A visão da pessoa com glaucoma vai se fechando pouco a pouco. (Foto: Marcos Ermínio)

De forma simplificada, o glaucoma é o aumento da pressão intraocular. Essa pressão vai “desconectando” os canais que levam a imagem vista pelo olho até o cérebro, de forma gradativa, fazendo com que o paciente vá ficando cego a partir do campo periférico. É como se fosse fechando um funil, até o ponto de não se ver mais nada.

Existem dois tipos da doença: ângulo aberto, que atinge pessoas acima de 40 anos e não apresenta sintomas; e a de ângulo fechado, pode aparecer aos 20 anos, considerada juvenil e apresenta sintomas. “De todos os casos diagnosticados, apenas 15% são de ângulo fechado. É considerado raro”, destaca Taranta.

Com 61 anos, El Pereira Monteiro e três, dos seus seis filhos, fazem parte desses 15% que têm a doença de forma mais agressiva. “Eu sei que a minha vó ficou cega e o meu pai também. Eu só descobri a doença em 1994 quando procurei ajuda, pois meu pai nunca falou dos sintomas, eu não sabia que essa doença poderia dar esses sintomas”, lembra Monteiro.

Seu Monteiro e os filhos nunca deixaram de trabalhar ou dirigir, mesmo com a visão reduzida. (Foto: Marcos Ermínio)

Segundo ele relata, nos horários mais quentes do dia a visão começa a enfumaçar e faixas coloridas aparecem quando se olha diretamente para luz. “Eu morava em Rio Brilhante quando procurei o médico pela primeira vez. Acho que por falta de conhecimento só me passaram um óculos. Foi aqui em Campo Grande que mediram a pressão e estava em 33”. É importante, para melhor compreensão, entender que a pressão intraocular de um olho saudável é de 16mmHg, sendo até 21mmHg o limite da normalidade.

Após 16 anos da sua cirurgia, veio o primeiro susto. Elvis, na época com 21 anos, foi o primeiro filho diagnostica com a doença. “Fui ao médico verificar a pressão e, no dia, estava em 32. Fiz uso do colírio por um ano quando, aos 22 anos, decidi que o melhor era fazer a cirurgia para não perder a visão que ainda tinha”, relatou Elvis, que é músico e também trabalha na empresa do pai.

Um tempo depois, em meados de 2016, Lidiane, foi a segunda a buscar ajuda médica. “Eu vi o que meu irmão e meu pai passaram, conhecia a doença, mas nunca imaginei que passaria. Um dia, depois de ter vários sintomas, perguntei para o Elvis o que ele sentia. Foi então que ele relatou exatamente o que eu passada”, conta a auxiliar administrativo, hoje com 34 anos e vive em Sidrolândia.

Diferente de Elvis, Lidiane precisou recorrer ao Sistema Público para se tratar. A partir daí começou o processo de cuidados com a equipe do doutor Taranta, no HU (Hospital Universitário) da Capital, para não perder ainda mais a visão.

“Meu olho era uma panela de pressão prestes a explodir! Fiz uso de três colírios diferentes para tentar controlar, mas em seis meses nenhum fazia mais efeito. Tive que fazer cirurgia no olho direito três vezes, pois não aceitava bem. Graças a Deus o esquerdo aceitou de primeira”, relatou.

Vendo a irmã gêmea passar por todo o processo cirúrgico, além do pai e irmão, Viviane guardava o medo de ter doença. “Eu tinha os sintomas, mas eu não aceitava! Minha vista esfumaçava, os coloridos apareciam e não via as pessoas chegando perto de mim, mas eu não aceitava ter essa doença na minha vida. Relutei, por medo, mais de um ano para fazer o exame”, conta a terceira filha do Seu Monteira vítima da doença.

Irmãos Viviane e Elvis com os filhos em uma festa da família. (Foto: Joe Ledesma)

Foi acompanhando um retorno médico da irmã gêmea que Viviane tomou coragem e pediu para equipe aferir sua pressão, em 2018. “No dia, sem sentir qualquer dor, a pressão do meu olho estava em 42. O médico, doutor Taranta, assustou e disse que eu deveria estar sentindo uma dor insuportável. Imediatamente me tornei paciente de oftalmologia do HU”.

Hoje, Viviane está na etapa de realização de exames para passar pela cirurgia, já que os colírios também não são suficientes para controlar a doença. “Por ser hereditário, todos os meus outros irmãos, meus filhos e sobrinhos, precisam ser monitorados, para não deixar a doença progredir”, relata.

Avó de seis crianças, Seu Monteiro já consegue viver com doença e acredita que dar risada das situações se tornou o melhor remédio. “Se eu não colocasse na cabeça que um dia poderia voltar a enxergar ou nunca seria feliz. Nunca vou voltar a ver e já aceitei isso”, disse Monteiro.  “Eu tinha duas opções: não aceitar e viver infeliz, em uma possível depressão; ou aceitar e me adaptar do jeito que dá. Preferi aceitar desde antes da cirurgia”, destaca Elvis. “Se eu não tivesse visto o que meu irmão passou, com certeza eu ia ficar cega”, concluiu Lidiane.

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