A falta de enfermeiros em Mato Grosso do Sul é preocupante antes mesmo da chegada da pandemia do novo coronavírus. O déficit de profissionais é crítico e ficou pior, já que muitos tiveram que ser afastados em decorrência da infecção. Só em Corumbá, são 40 enfermeiros com covid-19.
Com isso, o Coren-MS (Conselho Regional de Enfermagem) recomendou que os secretários de Saúde ajam prontamente diante disso, fazendo contratações emergenciais quando possível e remanejamento de profissionais para as instituições de saúde mais prejudicadas.
Nas duas principais cidades do interior, Dourados e Três Lagoas, a situação também é de crise no quadro de pessoal das unidades de Saúde. Formandos da Enfermagem tiveram a colação de grau antecipada pelas instituições de ensino e estão sendo inscritos e registrados pelo Coren-MS de forma excepcional para que já possam atuar profissionalmente nas regiões.
Mas a preocupação com o município de Corumbá é ainda maior, já que a cidade, que faz fronteira com a Bolívia, sofre desfalque na assistência e não encontra técnicos de enfermagem disponíveis para contratação temporária. Lá são 40 profissionais que infectados com covid-19.
O presidente do Coren-MS, Sebastião Duarte, entrou em contato com alguns secretários de Saúde do interior do estado. A sugestão dada foi remanejar profissionais da Atenção Primária à Saúde para hospitais e viabilizar contratações para reforçar a assistência, assim como fizeram a Santa Casa de Campo Grande e o Hospital Regional de Mato Grosso do Sul.
Vacinação
Além do déficit quantitativo na Enfermagem para assistência direta aos pacientes, o Coren-MS chama atenção para provável insuficiência desses mesmos profissionais para atuação no programa nacional de vacinação contra a covid-19, quando ele começar.
O Conselho se mobiliza para apurar possível falta de insumos para vacina, como agulhas e seringas, e se há ou haverá oferta de capacitações para a imunização contra a doença em Mato Grosso do Sul. “Considerando que imunizantes de diferentes tipos seguem diferentes processos de aplicação aprendidos pelo profissional da saúde, será necessário capacitar e publicar notas técnicas para orientação”, afirma Sebastião.
A apuração é feita por meio de fiscalização de diagnóstico, cujos resultados serão publicados em breve. “Uma prévia é que os dados não são animadores. Não adianta estipularmos uma data para a vacinação se não treinarmos profissionais, investirmos em recursos humanos e não tivermos os materiais que viabilizam a aplicação da vacina”, adianta o presidente do Coren-MS.
Outra recomendação do conselho para os secretários de Saúde, portanto, é que preparem seus municípios para a vacinação em massa da população priorizando os grupos mais vulneráveis e de risco, e disponibilizem às instituições os materiais e recursos humanos necessários, identificando o quanto antes problemas que possam dificultar o acesso à imunização.
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