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eleição presidencial

Com 1,6 milhão de votos, Luciana Genro diz não a Aécio e Dilma no 2º turno

Candidata do PSOL ainda cutucou Marina Silva: ela faz “discurso vazio e marqueteiro”

8 Out 2014 - 10h10Por R7

Não será apenas o tucano Aécio Neves que ficará sem o apoio da “nanica” com a maior votação na eleição presidencial. Luciana Genro (PSOL), que obteve 1,6 milhão de votos no domingo, também disse “não” à presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) no segundo turno.

Em entrevista ao R7, Luciana afirmou que “a posição mais provável é que o PSOL não apoie ninguém, partindo dessa definição de que nós negamos o Aécio, e também não apoiar a Dilma”. O partido deve comunicar sua posição oficial na tarde desta quarta-feira (8).

No início da semana, Luciana já havia rejeitado o apoio ao candidato do PSDB no segundo turno. Faltava avaliar, no entanto, um eventual apoio à petista.

A presidente ainda espera por isso. As chances de Dilma aumentaram após a declaração do deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), o mais votado no Rio de Janeiro. Em entrevista à rádio CBN, o parlamentar afirmou que votará em Dilma, independente da decisão de seu partido, por temer um “retrocesso” com Aécio.

Segundo Luciana, no entanto, o apoio formal do PSOL “provavelmente não vai acontecer”.

Para a ex-deputada, nem Dilma nem Aécio defenderão as bandeiras de seu partido, que “só terão chances de avançar com pressão popular”.

A presidenciável do PSOL criticou ainda a ex-senadora Marina Silva (PSB), que se apresentou durante a campanha eleitoral como a “nova política” e como a voz dos protestos de junho de 2013.

— Nossa candidatura do PSOL foi a única que realmente vocalizou as demandas de junho, de uma forma clara e categórica. Não apenas num discurso vazio e marqueteiro de nova política que não se traduzia numa nova política real.

Para Luciana, o provável apoio de Marina a Aécio é uma demonstração de que a ambientalista não representa "o novo" na política brasileira.

Leia abaixo a entrevista completa.

R7: Você já antecipou que um apoio a Aécio Neves está descartado. Por quê?

Luciana Genro: Há uma definição óbvia do partido que é “Aécio não”. Mas há uma reunião amanhã [hoje]. Nós vamos tomar uma posição e fazer uma coletiva para apresentar essa posição. Não gostaria de antecipar argumentos ou aprofundar, porque senão vou passar por cima do partido.

R7: O que é importante na hora de definir esse apoio?

Luciana: Nós não temos nenhuma definição de apoiar ninguém. A posição mais provável é que o PSOL não apoie ninguém, partindo dessa definição de que nós negamos o Aécio, e também não apoiar a Dilma. Não há uma discussão sobre quais argumentos de apoio, porque esse apoio provavelmente não vai acontecer.

R7: Seria melhor fazer oposição a Dilma ou a Aécio no Congresso?

Luciana: Trabalho de oposição independe de quem é governo. Nós vamos lutar com as bandeiras que vocalizei durante a campanha eleitoral: a bandeira da taxação das grandes fortunas, a bandeira da maior tributação aos bancos, a bandeira do combate à homofobia, casamento civil igualitário, da mudança na política de segurança pública. E nenhum dos dois defende essas bandeiras. Então, independente de quem esteja na Presidência, a nossa postura é de seguir lutando por essas bandeiras e de ser oposição.

R7: As bandeiras do partido podem avançar mais com Dilma ou com Aécio?

Luciana:A gente tem a convicção de que, independente de quem governe, essas bandeiras só terão chance de avançar se houver pressão popular, mobilização, organização da sociedade. Não vejo que nenhum dos dois tenha maior propensão a defender essas bandeiras.

R7: O PSOL aumentou de 3 para 5 a bancada na Câmara e dobrou a votação presidencial. Como avalia isso?

Luciana: Estamos muito contentes, principalmente porque conseguimos constituir o PSOL como uma referência da esquerda coerente, a partir da negação que se viu em junho [de 2013, durante as manifestações] aos velhos partidos, à velha política. Um setor conseguiu enxergar no PSOL não só a negação, mas também a afirmação de um novo projeto, de uma esquerda coerente.

Esse é o maior saldo. Nossa luta não se resume só a ganhar votos, mas também a ganhar esse apoio social, que é fundamental para que a gente possa seguir lutando por essas bandeiras.

R7: A Marina Silva se posicionou na campanha como representante da nova política. O PSOL também representa a nova política?

Luciana: A Marina falava em nova política, mas tudo o que ela defendia ia frontalmente contra ao que as mobilizações de junho pediram. As mobilizações pediam mais direitos, e ela propunha uma política econômica que o resultado é menos direitos, inclusive nas questões de direitos civis, como é o caso da homofobia e o casamento civil igualitário. Acho que a nossa candidatura do PSOL foi a única que realmente vocalizou as demandas de junho, de uma forma clara e categórica. Não apenas num discurso vazio e marqueteiro de nova política que não se traduzia numa nova política real. Ao contrário, se traduz agora num apoio ao Aécio, que é a confirmação de que nada do que a Marina representa de fato é uma nova política.

R7: Sem um cargo político, quais são seus planos agora?

Luciana: Eu não faço política só em função de cargos, não encaro a política como uma carreira, eu encaro como uma tarefa militante. Sou presidente da Fundação Lauro Campos, que é ligada ao PSOL. Vou continuar viajando, fazendo debates, palestras, apoiando os movimentos sociais. E acho que isso é o mais importante, continuar participando ativamente, não importa em ter ou não um cargo, isso não faz diferença, o que importa é o PSOL ter cada vez mais protagonismo político.

R7: E para as eleições de 2016 e 2018?

Luciana: Depende muito do resultado aqui no Rio Grande do Sul. Se meu pai for reeleito [o governador Tarso Genro, do PT, está no segundo turno], eu continuarei inelegível no Rio Grande do Sul. Não poderia tentar para prefeitura, governo, deputada.

R7: Seria uma das possibilidades tentar o governo do RS?

Luciana: Se meu pai for governador de novo, eu não posso. A lei me proíbe a candidatura ao governo se ele for eleito de novo. Me proíbe tudo, só não me proíbe para presidente.

R7: Você vê um problema na lei?

Luciana: Claro. Claro que eu vejo, acho que é uma lei muito injusta. Inclusive eu questionei ela dois anos atrás, quando houve a eleição municipal. Fui até ao TSE questionando o meu direito de poder concorrer, mas infelizmente a visão da Justiça foi totalmente de interpretar a lei ao pé da letra e de não olhar a realidade, porque eu não tenho nenhuma vinculação política com meu pai. Então estou sendo indevidamente enquadrada nessa lei. Mas é a lei. Não creio que ela vá mudar, não estou contando com isso agora.

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