O prefeito da cidade polonesa de Gdansk morreu nesta segunda-feira (14) após ter sido esfaqueado no coração diante de centenas de pessoas durante um evento de caridade no último domingo (13), afirmaram as autoridades locais.
"Não vencemos", afirmou o ministro da Saúde, Lukasz Szumowski.
Pawel Adamowicz chegou a passar por uma cirurgia no hospital universitário de Gdansk. O cirurgião que o operou, Tomasz Stefaniak, havia dito nesta manhã que sua condição era muito séria e que as próximas horas seriam decisivas.
"Adamowicz sofreu uma lesão grave no coração e outras lesões no diafragma e órgãos da cavidade abdominal", explicou ainda o médico. A cirurgia durou cinco horas.
Adamowicz, 53, era prefeito da cidade portuária de Gdansk desde 1998. Nas eleições regionais de 2018, ele obteve 65% dos votos.
O ataque ocorreu pouco antes das 20h de domingo (13; 17h em Brasília) diante de várias centenas de pessoas, em um pódio erguido para uma campanha de arrecadação de fundos a compra de equipamentos para hospitais.
O agressor foi rapidamente preso pelos agentes de segurança sem resistência.
Segundo um porta-voz da polícia de Gdansk, é um homem de 27 anos que vive nesta cidade báltica de cerca de meio milhão de habitantes.
O prefeito de Gdansk, Pawel Adamowicz, fala durante evento de caridade antes de ser esfaqueado - Bartosz Banka - 13.jan.18/Agencja Gazeta/Reuters
Vários meios de comunicação locais informaram que o suspeito cumpriu uma sentença de cinco anos de prisão por quatro ataques armados contra bancos de Gdansk e que sua saúde mental teria sido seriamente afetada durante seu período na prisão.
Em um vídeo do ataque postado no YouTube, é possível ver homem invadindo o pódio, atacando o prefeito com uma faca grande e fazendo gestos triunfantes ao agitar a arma.
Depois ele pega o microfone e afirma que foi injustamente levado para a cadeia pelo governo anterior de centro, do Plataforma Cívica (PO), que o teria "torturado" na prisão.
"É por isso que Adamowicz vai morrer", acrescenta ele.
O PO apoiou a reeleição de Adamowicz no município de 2018. A investigação aberta pela polícia se concentrará na identificação dos "meios" que permitiram ao agressor acessar o pódio.
Políticos poloneses de várias tendências condenaram o esfaqueamento, incluindo membros do Partido Lei e Justiça (nacionalista, PiS), de quem Adamowicz era oponente.
O presidente polonês, Andrzej Duda, irá se encontrar com líderes dos partidos políticos nesta segunda para organizar uma marcha contra a violência e o ódio.
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