A Polícia Civil cumpriu na manhã desta terça-feira (29) mandado de busca e apreensão em um escritório localizado na cidade de Ivinhema. A ação ocorreu em apoio à “Operação Raio X” realizada Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) e a Polícia Civil (DEINTER-10/DEIC/SECCOLD) com objetivo de apurar desvios na área da saúde.
A investigação, que conta com inquéritos policiais e civis instaurados, teve a duração de aproximadamente dois anos, período em que foram levantadas informações que indicam a existência de um sofisticado esquema de corrupção envolvendo agentes públicos, empresários e profissionais liberais, bem como de desvio de milhões de reais que deveriam ser aplicados na saúde.
Em decorrência desse trabalho investigativo foram expedidos 64 mandados de prisão temporária, sendo que desses, 47 foram cumpridos até o momento, somados a quatro prisões em flagrante efetuadas durante as diligências desta terça (29). Houve ainda a emissão de 237 mandados de busca: 180 no Estado de São Paulo e 57 em outras unidades da Federação, além do sequestro de bens e valores. As autoridades apreenderam 20 veículos, três aeronaves e R$ 1,2 milhão em dinheiro.
As prisões e as buscas se deram em dezenas de municípios do Estado de São Paulo, dentre eles Penápolis, Araçatuba, Birigui, Osasco, Carapicuíba, Ribeirão Pires, Lençóis Paulista, Agudos, Barueri, Guapiara, Vargem Grande Paulista, Santos, Sorocaba, bem como em cidades do Pará, Paraná, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.
Em Ivinhema o mandado foi cumprindo em um escritório suspeito de envolvimento com lavagem de dinheiro do esquema da corrupção. No local das diligências, foram apreendidos vários documentos relacionados com a empresa sob investigação, um aparelho telefônico, mais de R$ 30 mil em espécie, 25 munições calibre 38 e 06 munições calibre 22, estas últimas identificadas como sendo de propriedade de um funcionário do escritório que não se encontrava no local.
Após a apreensão em Ivinhema, todos os documentos e bens foram encaminhados para o Estado de São Paulo, onde as investigações ocorrendo, com exceção das munições, que ficaram apreendidas na Delegacia de Ivinhema para apuração de crime de posse irregular de arma de fogo de uso permitido.
Ao todo, para o cumprimento geral dos mandados foram empregados 816 policiais civis, 204 viaturas e dois helicópteros. Por parte do MP-SP, 30 promotores de Justiça e 10 agentes de Promotoria participaram da operação. Também cooperaram policiais civis de outros Estados e a Polícia Federal do Pará, onde objetivou-se o cumprimento do maior número de prisões temporárias e mandados de busca e apreensão fora de São Paulo. No Pará, também foi deflagrada a Operação SOS.
De acordo com a investigação, há indícios de esquema de desvio de verba pública por meio da celebração de contratos de gestão entre organizações sociais e o Poder Público, em sua maioria, através de procedimentos licitatórios fraudulentos e contratos superfaturados.
No transcorrer da investigação, foram identificadas dezenas de envolvidos com o grupo criminoso divididos em diversos núcleos, cada um com sua colaboração na prática das infrações penais. De acordo com o apurado, houve a aquisição de grande quantidade de bens móveis e imóveis, sendo que parte da evolução patrimonial do grupo se deu justamente no período da pandemia. (Com informações do Ivi Notícias e do Núcleo de Comunicação Social do Ministério Público do Estado de São Paulo).
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