Uma sucuri gigante foi flagrada digerindo um animal, provavelmente uma capivara, em um rio de água cristalina, em Bonito (MS), pelo empresário Juca Ygarapé.
O flagrante feito nesta segunda-feira (13), entretanto, não foi o primeiro de Juca, que vive em um dos melhores destinos para o ecoturismo do mundo.
O empresário explicou ao G1 que a hipótese da sucuri estar digerindo uma capivara foi levantada por causa do tamanho da presa, que estava ao longo do corpo da serpente.
"Quando chegamos, uma parte da sucuri já estava boiando. Deduzimos que ela tinha comido uma capivara por causa do tamanho. Ela não consegue afundar, fica ali por muito tempo digerindo o alimento. Ficamos abismados com o tamanho. A gente já fica espantado com algumas sucuris! Quando elas comem, se transformam. É muito doido! ", descreveu Juca.
O empresário conhece bem as águas cristalinas dos rios de Bonito há mais de 20 anos. "Na época do inverno elas [sucuris] saem para fora, acasalam, trocam de pele, comem e voltam para toca. Geralmente a fêmea é a maior. A maior que vimos tinha 8 metros", relembra.
A curiosidade pelas sucuris virou um verdadeiro fascínio para Juca. "Fazemos trabalhos de conscientização, pois as sucuris não atacam as pessoas. Já acompanhei inúmeras pessoas para expedições. Acompanham por curiosidade, por apreciação e para entender a vida das sucuris".
O corpo da capivara boiava sobre o rio, por causa do alimento sendo ingerido. — Foto: Juca Ygarapé/Arquivo Pessoal
Sucuris no inverno
A doutora em Ecologia pela Universidade de São Paulo (USP) Juliana Terra explicou quais são os principais motivos que facilitam observar as grande cobras neste período do ano.
A cobra flagrada por Juca estava comparte do corpo fora d'água. — Foto: Juca Ygarapé/Arquivo pessoal
A especialista, que também coordena um projeto voltado para as sucuris na região de Bonito, ressaltou que nesta época do ano é bastante comum que mais sucuris sejam vistas na região por causa do frio do inverno, quando as serpentes buscam manter-se aquecidas pela luz solar.
"Não é nada atípico desse ano. Pelo contrário, é bastante comum e tem alguns motivos para isso. O principal é a temperatura. Quando chega maio ou junho, quando vamos entrando em períodos e baixas temperaturas. Então é assim, sempre antes ou após uma frente fria, é comum que elas utilizem as horas do dia do sol para se aquecerem, já que a água nessa época fica muito fria, especialmente durante a noite. Então é comum que elas busquem sair da água, busquem as margens dos rios ou barrancos que sempre ficam próximos dos leitos. Ali elas buscam se aquecer sob o sol".
Sucuri flagrada durante expedição de fotógrafos, em MS. — Foto: Daniel De Granville/Photo in Natura
Juliana Terra explicou que os animais são silenciosos.
"Não que nas outras épocas do ano elas não estejam ali. Qualquer época do ano elas estão neste local, só que a gente não consegue vê-las. São animais bastante quietos, não fazem barulho, elas são muito camufladas na água com sua coloração. Enfim, é muito difícil avistá-las", disse.
A especialista explicou ainda que as sucuris são ectotérmicos, ou seja, animais que não produzem calor metabolicamente e, então, buscam o aquecimento fora da água, momento em que a maioria dos registros fotográficos são feitos.
Outros flagrantes de sucuris
No dia 9 de julho, o produtor rural e pescador amador Roney Dronov se deparou com outra sucuri gigante tomando sol, dessa vez em uma árvore, no leito do Rio Dourados, também em Mato Grosso do Sul.
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