O sonho de Jaciara e Arthur em se tornarem pais começou aos quatro anos de casados. Depois de esperar que os filhos viessem naturalmente, o casal decidiu buscar a fertilização in vitro – só que o procedimento, para eles, era caro demais. “Comecei a pesquisar na internet e vi muitos casos de pessoas que entraram na Justiça contra o plano de saúde e conseguiram o custeio”, conta a servidora pública.
A advogada que acompanhou o caso, especialista em saúde, relembra que o casal conseguiu a cobertura integral do tratamento de fertilização in vitro pelo plano de saúde, incluindo as taxas cobradas para congelamento e descongelamento de embriões.
Durante uma das tentativas, Arthur pegou Covid-19 e foi internado. Antes da internação, prometeu a Jaciara que voltaria para casa. Mas após um mês no hospital, ele não resistiu e morreu.
“Eu tinha a sensação de que estava enterrando o amor da minha vida e o nosso maior sonho, de sermos pais”, afirma Jaciara.
Dias depois, ela lembrou dos embriões congelados e decidiu que queria ser mãe. O documento que garantiu que Jaciara poderia seguir com os procedimentos foi o termo de consentimento livre e esclarecido, que diz que em caso de morte de um dos dois, quem estivesse vivo decidiria o futuro dos embriões congelados.
Dessa vez, o procedimento de fertilização deu certo e, para surpresa de Jaciara, no dia 22 de setembro nasceram trigêmeos: Arthur, Maitê e Murilo. Após a perda do marido e inúmeras tentativas de engravidar, Jaciara diz que o nascimento dos filhos foi a melhor coisa da vida dela.
“Ele renasceu nos nossos filhos, tenho certeza. E vou contar para eles o quanto eles foram desejados por esse pai antes mesmo de existirem.”