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CELEBRAÇÃO

Lembrado em outubro, homem pantaneiro é o guardião do bioma, confira

6 Out 2021 - 09h21Por SÍLVIO DE ANDRADE / LUGARES

Em meados dos anos de 1980, a Sociedade de Defesa do Pantanal (Sodepan), criada numa fase mais aguda do contrabando de peles de jacarés, iniciou um movimento para resgatar as tradições pantaneiras. Nasceu o "Dia do Homem Pantaneiro", 4 de outubro, celebrado pela primeira vez na centenária fazenda Rodeio, Nhecolândia, em Corumbá, Mato Grosso do Sul. Essa região de planície é um dos primeiros centros criatórios de bovinos pós-Guerra do Paraguai.

Nesse encontro dos pantaneiros, foi inaugurado um monumento aos pioneiros com a seguinte frase do pecuarista e escritor Gabriel Vandôni de Barros, o Doutor Gabi: “Destes campos partiu o esforço mais vigoroso e perseverante pelo desenvolvimento da pecuária mato-grossense. E ao surgir a expansão do criatório para o extremo Norte de Mato Grosso e toda a região amazônica, é sobretudo na Nhecolândia que os novos pioneiros vieram encontrar as matrizes, já com alto índice de aprimoramento genético, para a multiplicação dos rebanhos brasileiros”.

O homem pantaneiro adaptou-se às condições excepcionais do Pantanal, enfrentando seca e cheia, tal qual a raça rustica do cavalo pantaneiro, e hoje questiona-se a perda da cultura e êxodo rural com as mudanças introduzidas por fazendeiros de fora do bioma. Corumbá é o município que detém 44% do território do ecossistema brasileiro.

Comitiva se prepara para retirar o gado em cheia ocorrida no Pantanal da Nhecolândia. Foto: Edemir Rodrigues

Sustentabilidade

O homem está ali há pelo menos 250 anos, vivendo em harmonia com a natureza. O primeiro registro oficial de atividade pecuária data de 1737, fato que deveria ter conduzido o Pantanal a se tornar uma área com marcante ação antrópica, observa Urbano Gomes, pesquisador da Embrapa Pantanal. “Então, como explicar uma região, a maior planície inundável da terra, ocupada com atividade econômica há quase 300 anos, possa ser considerada o ecossistema mais conservado do Brasil?”, questiona ele.

Sua explicação: “a resposta envolve vários aspectos, sociais, ambientais e econômicos, importantes, se considerarmos uma tendência de correlação negativa entre pobreza e desequilíbrio ecológico, ou seja, quanto maior a pobreza de determinada região maior a pressão sobre os recursos naturais de maneira geral. A pecuária de corte enriqueceu e conservou o Pantanal. Assim sendo, a meta de conservação do Pantanal passa, necessariamente, pelo fortalecimento da bovinocultura tradicional dessa região. A sustentabilidade desta atividade econômica garante a conservação da região.”

De acordo com o mapa de cobertura vegetal dos biomas do Brasil realizado pelo Ministério de Meio Ambiente (MMA), o Pantanal é considerado o ecossistema mais conservado do Brasil, com a maior percentagem de cobertura vegetal nativa (86,8%) e menor área com ação antrópica (11,5 %). Entretanto, praticamente 95% da região é constituída de propriedades privadas, das quais, 80% da área é utilizada para bovinocultura de corte.

Comitiva Pantaneira passou a seer um produto nas prateleiras das maiores agências de turismo. Foto: Ale Frata/Abav

Comitiva pantaneira

A cultura do homem pantaneiro foi um dos destaques na ABAV Expo Internacional de Turismo e 50º Encontro ComercialBraztoa, maior evento dosetor de viagens eturismo do Brasil, que ocorreu no Anhembi, em São Paulo. Foi lançada, na oportunidade, um novo roteiro turístico em Mato Grosso do Sul, a Comitiva Pantaneira, onde o visitante conhecerá a atividade vivenciando experiências, conhecendo a lida com o gado, a gastronomia local, entre outros.

O Estado, que tem fama de hospitaleiro, é muito rico culturalmente porque tem muita influência de países latinos e traz isso para as manifestações culturais e para a gastronomia. São diversos roteiros pelas fazendas da região, com jornadas de 8 horas por dia. No período da noite, ocorrem rodadas de tereré, o erva-mate gelado da região, semelhante ao chimarrão. Há trajetos de 25 minutos seguindo o gado de Aquidauana a Miranda.

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