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HERANÇA MALDITA

Filha e genro mandaram matar fazendeiro por herança em Navirai

Conforme apurado, a filha de Paulo e o seu esposo não tinham mais contato com o fazendeiro devido a um desentendimento familiar

19 Nov 2021 - 13h57Por Campo Grande News

O genro e a própria filha foram os mandantes da execução do fazendeiro Paulo Sérgio de Freitas Miranda, de 57 anos, atacado por dois pistoleiros em sua propriedade rural, no município de Naviraí. Além dele, a sua esposa também alvo do ataque, ocorrido no dia 23 de setembro. A constatação é da Polícia Civil, que indiciou outros 4 envolvidos no crime. Um dos pistoleiros, que inclusive aparece nas câmeras de segurança que flagraram o ataque, morreu em troca de tiros com policiais militares nesta quinta-feira (18), em Palotina (PR), após ter roubado uma caminhonete Hilux.

Batizada de Indignus Heres, a operação que revelou toda a trama do assassinato do fazendeiro envolveu policiais civis de Naviraí, Mundo Novo, Eldorado e até do Paraná e Santa Catarina. Nos primeiros dias após o ataque, os investigadores do SIG (Setor de Investigações Gerais) de Naviraí apuraram o possível envolvimento do genro, da filha mais velha da vítima e até um primo do genro da vítima no crime. Eles não tiveram as identidades divulgadas.

Conforme apurado, a filha de Paulo e o seu esposo não tinham mais contato com o fazendeiro devido a um desentendimento familiar a respeito de um suposto abuso, que segue sendo investigado pela Polícia Civil da cidade de Guaíra (PR). As terras onde o casal vivia estavam no nome de Paulo Sérgio, e ainda segundo a polícia, filha e genro passavam por problemas financeiros, o que também pode ter contribuído na decisão de mandar matar o produtor rural.

Um dia depois do crime, os policiais descobriram que o veículo Monza utilizado no ataque havia passado por reparos numa oficina na cidade de Guaíra (PR), e que a pessoa que teria solicitado os reparos era um primo do genro da vítima. Também no Paraná, na cidade de Palotina, os policiais civis conseguiram identificar um dos pistoleiros contratados para realizar o crime.

Descobriram, inclusive, a residência onde os criminosos se esconderam após a execução, bem como identificaram o motorista que deu fuga aos assassinos e o veículo usado. Diante das informações, no dia 8 de outubro, durante a primeira fase da operação, foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão domiciliar na cidade paranaense.

Segundo a Polícia Civil, o genro da vítima, seu primo e um dos pistoleiros mantinham contato telefônico antes, durante e dias após o crime. O primo do suspeito chegou a ligar para o genro da vítima enquanto ele estava no hospital de Naviraí, aguardando notícias do sogro. Também foi apurado que um dos pistoleiros manteve contato com o genro da vítima, dois dias após o crime.

No dia 20 de outubro, a segunda fase da força-tarefa cumpriu mais dois mandados de busca e apreensão - desta vez, na região de Maracaju dos Gaúchos, em Guaíra (PR) - e prendeu o genro da vítima e o motorista que deu fuga aos pistoleiros.

Já o primo do genro de Paulo foi preso em Joinville (SC) e o outro pistoleiro preso em Palotina (PR), no domingo (14). Em depoimento à Polícia Civil, o suspeito confirmou ser um dos pistoleiros do crime, bem como confirmou todos os indícios e provas levantados pela investigação.

Contudo, na terceira e última fase da operação, deflagrada hoje, foram cumpridos os quatro mandados de prisão preventiva dos suspeitos - que já estavam presos na Penitenciaria de Segurança Máxima de Naviraí - e contra a filha da vítima, que estava na casa de sua sogra, na região de Maracaju dos Gaúchos, em Guaíra (PR).

Já o último suspeito do crime e um dos pistoleiros morreu na cidade de Palotina (PR), depois de confronto armado com policiais militares, após ter roubado uma caminhonete Hilux em Moreira Sales (PR).

Em família - A Polícia Civil concluiu que a execução de Paulo Sérgio de Freitas Miranda foi minuciosamente planejada pela família. Cada um dos pistoleiros foi contratado por R$ 20 mil, mas sequer receberam o pagamento. O contratante foi o primo do genro da vítima, que inclusive foi quem levou os criminosos até Naviraí, dois dias antes do crime.

Paulo e a esposa seriam executados naquele mesmo dia, mas imprevistos fizeram que o crime fosse adiado e que um outro comparsa fosse contratado por R$ 5 mil, para fugir com a dupla após a execução.

Para não levantar suspeitas, os pistoleiros e o motorista da fuga passaram a noite do dia 22 para o dia 23 (dia do crime) na cidade de Itaquiraí (MS), onde receberam o veículo Monza do primo do genro da vítima. Após o crime, a dupla fugiu com o motorista da fuga em um veículo Astra. Conforme apurado pela Polícia Civil, os pistoleiros só receberam de pagamento as armas usadas no crime e um veículo Citroen C5, apreendido na Delegacia de Polícia de Palotina (PR).

O crime - Paulo foi atacado no dia 23 de setembro em sua fazenda, localizada no complexo de fazendas Araguaia, no município de Naviraí. Câmeras de segurança flagraram a vítima sendo morta com tiros à queima roupa ao lado de um trator, dentro do barracão da fazenda. Um dos criminosos também disparou contra uma mulher que tentou ajudar a vítima, mas não a atingiu. Paulo foi atingido com tiros no rosto, braços, abdômen e mãos.

Ele foi socorrido em estado grave pelo Corpo de Bombeiros Militar, que foi acionado pela esposa da vítima. O fazendeiro recebeu os primeiros atendimentos no pronto-socorro de Naviraí e foi encaminhado para Dourados, onde morreu três dias depois.

O Monza usado pela dupla foi encontrado abandonado na estrada que liga Naviraí ao assentamento Juncal. Os dois homens fugiram a pé e abordaram um motorista de caminhão pipa tentando "pegar carona". Logo em seguida, eles abordaram uma caminhonete e, com armas em punho, fizeram o motorista refém e obrigaram o homem a dirigir até a área urbana de Naviraí, onde desceram do veículo e fugiram a pé pelo Bairro Jardim Paraíso. De lá, encontraram o comparsa que os tirou da cidade.

Indignus Heres - O nome da operação faz menção ao artigo do Código Civil Brasileiro, que priva do direito de herança, os herdeiros que cometeram atos criminosos ou reprováveis contra o autor da herança. 

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