A Defesa Civil de Dourados recebeu chamados para atender ocorrências envolvendo quedas de aproximadamente 100 árvores durante a tempestade que atingiu a cidade na tarde desta terça-feira (1).
Essa parcial de atendimentos foi repassada ao Dourados News pelo coordenador do órgão, Jamil da Costa Matos. Segundo ele, ao menos 20 delas já haviam sido cortadas para desbloqueio de vias até perto de 21h de hoje.
Além disso, foram atendidas famílias de duas casas afetadas por alagamentos, uma no bairro João Paulo II e outra no Canaã III. Em ambos os casos, foi oferecido auxílio da Casa da Acolhida, mas os moradores recusaram. Em pelo menos um dos imóveis a água foi bombeada para fora com o equipamento de motobomba.
Conforme os dados do Guia Clima da Embrapa Agropecuária Oeste, hoje já choveu 65.3 milímetros e a maior parte desse volume caiu sobre a cidade no decorrer de 1 hora e 24 minutos.
Além disso, a estação agrometeorológica em atividade no município registrou rajadas de vento de 39 quilômetros por hora às 16h44, o que motivou alerta de ventos fortes com base na escala de Beaufort, que classifica a força em 11 categorias, desde Calmo (velocidade inferior a 2 km/h, escala 0) até Tornado (velocidade superior a 100 km/h, escala 10).
Ao Dourados News, o prefeito Alan Guedes (PP) informou a Guarda Municipal chegou a ficar sem telefone de contato por causa da queda de uma árvore na rede de energia elétrica, mas foi ativado um número provisório.
"A gente avalia que os estragos vão ser novamente de monta razoável, ante o volume de chuva. Dessa vez, diferente do dia 15 de outubro [de 2021], tivemos semáforos danificados, na Avenida Weimar Torres com a Rua Nelson de Araújo e na Weimar com a Floriano Peixoto, onde o equipamento entortou, mas não caiu", afirmou.
Nos dias 15 e 23 de outubro do ano passado, dois temporais atingiram Dourados e deixaram rastro de destruição. Já no primeiro evento o prefeito expediu o Decreto nº 735 de 15 de outubro de 2021, para declarar situação de emergência em decorrência das fortes chuvas que atingiram o Município.
Áreas de risco
Conforme o Plano Municipal de Contingência de Proteção e Defesa Civil elaborado para o biênio 2022 e 2023, Dourados tem 381 casas e 1.498 moradores em áreas consideradas de risco de desastre.
No Setor 01, que compreende a porção nordeste da cidade, o documento indica que o Jardim Santa Hermínia tem três casas e nove moradores sob risco de enxurradas.
Já o perigo de enxurradas ou inundações bruscas envolve 19 habitações e 25 pessoas no Residencial Pantanal, oito moradias e 33 habitantes na Vila Nova Esperança, e uma residência e 10 indivíduos na Vila São Francisco.
Em relação ao Setor 02, que compreende a porção leste da cidade, ainda são apontados riscos de enxurradas ou inundações bruscas. No Jardim do Bosque há oito casas e 31 pessoas e no João Paulo II são 22 habitações e 89 habitantes.
Também há perigo de enxurradas ou inundações bruscas no Setor 03, referente à parte sudoeste de Dourados, onde a Vila Cachoeirinha concentra 220 casas e 900 pessoas em área de risco, o Jardim Clímax 19 casas e 84 pessoas, e o Jardim Londrina 10 casas e 43 pessoas.
Por fim, o Plano Municipal de Contingência de Proteção e Defesa Civil indica risco de enxurradas ou inundações bruscas no Setor 04, que compreende porção sudeste da cidade. São cinco casas e 23 pessoas no Jardim Santo André e 10 habitações e 37 habitantes no Jardim Colibri Enxurradas ou inundações bruscas.
No Jardim Santa Felicidade, a Defesa Civil monitora ocupações irregulares em área industrial onde há 56 casas habitadas por 214 pessoas e o risco tecnológico envolve emissão de gases tóxicos.
O documento menciona ainda que no mês de janeiro de 2022 foi realizada nova visita aos locais identificados como área de risco de desastre, sendo mantido o cenário anteriormente levantado, não havendo neste momento, alterações significativas que possam ou aumentar ou diminuir os riscos.
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