Uol | 20 de mar�o de 2010 - 06:02

Crise destruiu 16 milhões de empregos no mundo, diz OIT

A crise econômica provocou a perda de 16 milhões de empregos ao redor do mundo, sendo que quase 75% desses postos de trabalho foram extintos em países desenvolvidos, informou a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

O setor mais afetado pela recessão foi a indústria, principalmente nos setores automotivo, metalúrgico e de produtos de informática e eletrônica, com 9,4 milhões de empregos perdidos.

Segundo a OIT, outros 3,3 milhões de empregos foram cortados no setor da construção civil apenas nos nove primeiros meses de 2009, sendo 630 mil deles nos Estados Unidos.

O estudo, que faz uma análise por setores, também inclui áreas como saúde, educação e administração pública, que embora não tenham sido imediatamente afetadas pela crise, podem sofrer mais adiante as consequências do aumento da dívida pública em muitos países.

Os dados obtidos em 56 países não incluem, no entanto, as dois principais economias emergentes - Índia e China - porque “estes países não fizeram chegar estatísticas recentes”.

Eric Zeballos, analista da OIT, garantiu que estas ausências não distorcem a avaliação, já que os países incluídos "representam mais de 70% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial".

Zeballos destaca que os países em desenvolvimento se mostraram mais resistentes, particularmente os que se beneficiaram da força de seus mercados internos, como o Brasil.

O estudo também confirma que a perda de empregos aconteceu de maneira desigual entre regiões.

A região da Ásia-Pacífico mostrou uma maior resistência em relação à crise na comparação com a Europa ou o continente americano.

Nos países em desenvolvimento, os setores que mais sofreram foram os orientados à exportação, assim como a agricultura. Nos países ricos, os mais afetados foram o industrial e de distribuição.

A construção civil, por sua vez, foi uma atividade castigada tanto em países ricos como em desenvolvimento. Mesmo assim, o estudo aponta que o Brasil conseguiu criar empregos neste setor.

“Há diferenças entre os países, dependendo da estruturação de sua economia e de sua dependência de fatores como o comércio internacional. Os setores que dependem mais dos mercados internos se saíram melhor”, explicou Zeballos.