Uol Educação | 16 de mar�o de 2010 - 08:34

diminuiu a desigualdade de investimentos entre a educação

Dados divulgados pelo MEC (Ministério da Educação) ao UOL mostram que diminuiu a desigualdade de investimentos entre a educação superior e a educação básica brasileiras.

Em 2000, essa diferença era de 11 vezes, em 2008 caiu para 5,6 vezes, o que, segundo o MEC, está próximo do patamar da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que reúne os países

De acordo com o professor da Faculdade de Educação da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), Juca Gil, o dado, no entanto, esconde uma realidade nada positiva para o país.

"É bom que a distância diminua, porque significa que aumentou o total de recursos para a educação básica. Mas ainda faltam recursos. Nosso investimento total ainda é muito baixo", diz.

Os dados do ministério mostram que o percentual do PIB (Produto Interno Bruto) aplicado na educação passou de 3,9% em 2000, para 4,7% em 2008. O que, para Gil, é uma melhora que vai em "segunda marcha" - ou seja, o Brasil não está acelerando, de fato, para chegar a uma educação de qualidade. "Há entidades que defendem investimentos em educação de, pelo menos 7%. Outras querem até 10% do PIB", aponta.

Aumento do investimento por aluno

O MEC afirma que realizou aumento do investimento por aluno em todas as etapas do ensino. O investimento por aluno, que era de R$ 1,6 mil em 2000, saltou para R$ 3 mil.

Mas, pondera Gil, o investimento continua baixo para a educação infantil, que consome apenas 0,4% do PIB e que praticamente oscilou 0,1 ponto percentual de 2000 até 2008. "Impressiona o baixo investimento nessa faixa do ensino", aponta.

Segundo o MEC, o orçamento da pasta triplicou nos últimos oito anos, passando de R$ 17,4 bilhões em 2003 para R$ 51 bilhões em 2010. Se forem incluídos nesta conta os recursos da transferência do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies), do salário educação e da quarta parte do repasse estadual, o valor passa de R$ 19,1 bilhões em 2003 para R$ 59,1 bilhões em 2010.