Conjuntura | 12 de mar�o de 2010 - 17:54

PSDB se juntará ao PT na Assembléia caso André refugue Serra

A bancada do PSDB pode se juntar a do PT na Assembléia Legislativa caso o governador André Puccinelli (PMDB) refugue a candidatura de seu colega de São Paulo, José Serra (PSDB), para apoiar a ministra Dilma Roussef (Casa Civil) à Presidência da República nas eleições de outubro.

A retaliação foi insinuada pelo deputado estadual e presidente regional do PSDB, Reinaldo Azambuja, em entrevista ao site de notícias Midiamax, na quarta-feira. Porém, a idéia do partido é adotar uma postura de independência política, votando apenas nos projetos do governo que achar conveniente.

Atualmente, a oposição na Assembléia está limitada aos deputados petistas Amarildo Cruz, líder, Pedro Kemp, Pedro Teruel e Paulo Duarte.

Além de Azambuja, integram a bancada tucana no legislativo estadual os deputados Ary Rigo, Onevan de Matos, Dione Hashioka e Professor Rinaldo. O DEM e o PPS, que também compõem o Bloco Democrático Reformista liderado pelos tucanos, têm um representante na Assembleia, Zé Teixeira e Diogo Tita, respectivamente.

O surgimento dessa eventual “frente partidária” contabilizaria 11 dos 24 deputados estaduais na bancada de posição, o que significaria quase a metade do total de representantes do povo com assento na Casa.

O recado, via imprensa, foi dado dias depois de o PSDB selar um pacto interno visando reduzir o tom das ameaças em torno da composição da chapa majoritária pela qual André Puccinelli tentará a reeleição no próximo pleito.

“Se isso ocorrer [André apoiar Dilma] estaremos em lados opostos, portando é claro que a relação com o governador vai mudar”, declarou o presidente da executiva tucana na entrevista.

Há dias, os tucanos minimizaram esse tipo de pressão, aceitando aguardar uma posição definitiva do governador que agora só quer discutir alianças no mês de maio.

Teoricamente, o desejo do partido é lançar a senadora Marisa Serrano ao governo do Estado como alternativa às candidaturas de André Puccinelli e do ex-governador Zeca do PT, embora para isto o alto tucanato dependa das circunstâncias políticas em nível estadual, sobretudo, da posição do peemedebista em torno do seu eventual apoio à Dilma Roussef ao Palácio do Planalto.

Impasse 

A  exemplo de PSDB e PMDB, o PT, principal partido de oposição ao governo de André Puccinelli, também enfrenta problemas internos, mesmo porque o grupo político ainda não conseguiu unir efetivamente as suas maiores estrelas, o senador Delcídio do Amaral e o ex-governador.

Ninguém dentro do PT está contente com o fato de Zeca e o senador fazerem campanha separadamente pelo interior do Estado, o que deixa evidente que a cúpula do partido terá de lavar “roupa suja” para poder unir o grupo visando às eleições de outubro. Novo encontro deve ser marcado em breve entre as principais lideranças petistas com essa finalidade.