Nádia Bronze | 12 de mar�o de 2010 - 14:38

Construção industrializada é solução para déficit habitacional

“A construção industrializada não é apenas uma solução viável, mas o caminho para atender ao grande problema de habitação no país”, aponta Paulo Sophia, ex-presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB – SP). O arquiteto ministrará a palestra “A Arquitetura e a Pré-Fabricação em Concreto: Casos Reais” durante o 1º SEMPRE - Seminário de Pré-Moldados de Mato Grosso do Sul, que acontecerá nos dias 26 e 27 de março, no auditório do CREA-MS, em Campo Grande.

Paulo Sophia destacará em sua apresentação a experiência em projetos e acompanhamento de obras industrializadas. A ideia é associar arquitetura, espaço, produção e industrialização com bem-estar social. “Os arquitetos brasileiros estão atentos à crescente demanda social, buscam alternativas que devem dar respostas de qualidade, produtividade e de escala, pois nossos problemas estruturais são enormes. A resposta aos problemas de infra-estrutura, saneamento, além da produção de habitação de qualidade, dentre tantos outros, passa por soluções de escala que somente tecnologias e industrialização, como a do concreto pré-fabricado podem oferecer”.

Paulo Sophia defende a industrialização como suporte para novos meios, estruturas e estilos. “O papel da arquitetura neste processo é dar uma resposta diferenciada à construção industrializada. É conceber os espaços para além de simples abrigos, mas elevá-los à condição de obra significativa de uma nova etapa do desenvolvimento humano, cultural e científico. É explicitar através de novas  formas o grau de arte que nossa construção alcançou”.

Para ele, programas governamentais como “Minha Casa, Minha Vida”, que não utilizem processos industriais “estão fadados a serem mais um programa político de fachada”. Paulo Sophia defende o processo de industrialização verticalizado para esse tipo de projeto. “Um processo que industrialize ‘casinhas’ será danoso ao território à paisagem. O modelo de autoconstrução e de "conjuntinhos" precários é uma afronta à nossa inteligência e um desperdício de materiais. Em tempos de sustentabilidade, a construção não pode ser mais artesanal e individual, mas industrial e coletiva”.