Ministério da Ciência e Tecnologia | 11 de mar�o de 2010 - 07:11

Pesquisadores desenvolvem corante intraocular a base de açaí

Um grupo de 10 pesquisadores do departamento de Oftalmologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) desenvolveu um corante que pode deixar as cirurgias intraoculares mais baratas.

O produto é feito à base da antocianina, substância encontrada no açaí. O corante é aplicado na parte interna dos olhos para facilitar a visualização de tecidos transparentes nas cirurgias para remoção de membranas na retina e deslocamento do vítreo.

O pedido de patente do corante natural já foi feito e a expectativa dos pesquisadores é a de que em abril o produto seja usado em cirurgias realizadas na Unifesp.

Segundo o coordenador do estudo e professor do departamento de Oftalmologia, Maurício Maia, o corante está na fase final de testes. “Essa substância pode custar até 50 vezes menos do que a utilizada hoje neste tipo de cirurgia, cujo custo varia entre R$ 200 e R$ 500”, afirma.

A procura pelo corante ideal começou em 2000. De lá para cá, foram testadas diversas substâncias da flora brasileira. “Três plantas tiveram resultados positivos.

A antocianina colore a membrana com um tom avermelhado e não é tóxico ao olho do paciente”, diz Maia.

As substâncias usadas nas cromoterapias – técnica cirúrgica que usa corantes – são a indocianina verde e o azul verde. Se forem aplicadas em alta dosagem elas podem causar a atrofia de uma das camadas da retina.

Há um ano o grupo da Unifesp se dedicou a testes laboratoriais com a substância do açaí. Segundo Maia, o pH (índice de acidez) da substância teve de ser ajustado para ficar neutro e não causar problemas à visão do paciente.

O estudo será apresentado no congresso mundial Vitrectomy Vail 2010, que ocorre na próxima semana no Colorado, nos Estados Unidos.

Além de Maia participaram do projetos os pesquisadores Jane Chen, Andre Maia, Cristiane Peris, Michel Eid Farah, Octaviano Magalhaes Jr., Acacio Lima, Eduardo Buchelle Rodrigues, Eber Ferreira, Fernando Penha e Rubes Belfort Jr, todos do departamento de Oftalmologia da Unifesp.