Folha Online | 11 de mar�o de 2010 - 05:45

Ipea prevê escassez de mão de obra qualificada em 4 setores

Quatro setores da economia brasileira terão escassez de mão de obra qualificada em 2010, segundo pesquisa do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), divulgada nesta quarta-feira. O maior deficit será em comércio e reparação, com a falta de 187.580 trabalhadores. Na sequência estão educação, saúde e serviços sociais (-50.086), alojamento e alimentação (-45.191) e construção (-38.403).

Quase 19 milhões de trabalhadores serão contratados em 2010, diz Ipea
Petrobras informa nova descoberta no pré-sal da bacia de Santos
Brasil não tem interesse em brigar com os EUA, diz Lula

"Isso é um problema bom. A última vez que o Brasil teve problemas de escassez de mão de obra foi durante o milagre econômico. De lá para cá, nós nos acostumamos com a abundância dela", afirmou o presidente do Ipea, Marcio Pochmann.

Para ele, este será um ano em que intermediação de mão de obra, qualificação e preparação dos profissionais passará a "ser um problema real".

Por estado, haverá falta de trabalhadores qualificados no Paraná (-18.441), Santa Catarina (-13.300) e Rondônia (-4.531).

Nos demais setores e estados, porém, haverá sobra de trabalhadores, o que irá gerar um excedente de 652.961 profissionais aptos a entrar no mercado de trabalho, com experiência profissional e qualificação.

Os setores que terão maior oferta em excesso são: outros serviços coletivos, sociais e pessoais (612.239), indústria (145.948), agrícola (122.463), administração pública (46.874) e transporte, armazenagem e comunicação (46.304). Já os estados com mais sobra são a Bahia (183.770) e o Pará (53.637).

Fora do mercado

A pesquisa do Ipea aponta ainda que 6,2 milhões de trabalhadores ficarão sem emprego em 2010. "Desse total, cerca de 5,5 milhões dificilmente conseguiram emprego dada a baixa escolaridade ou falta de experiência profissional", diz Pochmann.

A estimativa é que 24,8 milhões de trabalhadores estejam disponíveis para entrar no mercado de trabalho neste ano, sendo que 18,6 milhões serão contratados -- 2 milhões pela criação de novas vagas e 16,6 milhões por rotatividade.