Redação Terra | 10 de mar�o de 2010 - 13:46 EDUCAÇÃO

MEC descarta realizar duas provas do Enem em 2010

 O Ministro da Educação, Fernando Haddad, descartou nesta quarta-feira, em São Paulo, a realização de duas provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) em 2010. Desde que foi criado, em 1998, o Enem é realizado uma vez ao ano, sempre no segundo semestre, mas o ministério havia cogitado aplicar duas avaliações.

A data do exame ainda está sendo discutida com os reitores de instituições federais e o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira). No ano passado o exame foi realizado no mês de outubro, no entanto, neste ano haverá o processo eleitoral.

De acordo com o MEC, a ideia de realizar dois exames foi frustrada pelo atraso nas negociações com órgãos de controle federal. O ministro Fernando Haddad não quer correr o risco de fazer uma licitação na qual os concorrentes abaixem o preço e comprometam a segurança, como aconteceu o ano passado.
O ministro adiantou também que dependendo da demanda das Universidades Federais poderá utilizar o Sisu para vagas do meio do ano. Quem não conseguir uma vaga no processo que está em curso terá outra chance em maio.

Durante entrevista coletiva de lançamento das Olimpíadas da Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro que aconteceu na última terça-feira, 2 de março, Haddad anunciou que o Enem passará por mudanças. O ministro não quis adiantar quais serão as mudanças, mas prometeu novidades.

"Temos que dar tempo ao tempo. Trata-se de um processo seletivo único que, por isso mesmo, será diferenciado. Se nós formos escutar a todos, não conseguiremos avançar", afirmou o ministro.

A expectativa sobre o anúncio das novas medidas em relação ao exame, que passou a ser o grande referencial para o ingresso no ensino superior brasileiro, é grande. Principalmente porque - depois do vazamento das provas ocorrido na véspera da realização do Enem em 2009 - muitos alunos desistiram de fazer a segunda prova optando por outros exames. Com isso, foi gerado um índice alto de abstenção e de vagas ociosas nas universidades.

"Ainda não há uma análise cuidadosa do MEC sobre os fatores que geraram esses problemas. Talvez seja necessário um aprimoramento do sistema de cadastro dos alunos. Muitos se queixaram da demora na definição do sistema de classificação", explicou a professora da Unicamp Maria Helena Guimarães Castro, ex-presidente do Inep e ex-Secretária de Educação do Estado de São Paulo.