Dourados News | 10 de mar�o de 2010 - 13:06

Funcionários param e frigorífico deixa de abater 35 mil frangos/dia

Por falta de pagamento, funcionários do frigorífico Diplomata em Campo Grande paralisaram as atividades hoje e não pretendem retomar as atividades até que o pagamento do salário de fevereiro seja pago. Com isso, mais de 35 mil frangos, que estão no frigorífico para abate, poderão morrer sem o devido tratamento que só pode ser dado nas granjas onde foram criados. São mais de 400 funcionários da empresa. Todos resolveram paralisar as atividades, com apoio do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Carnes e Derivados de Campo Grande - STIC/CG e da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins de Mato Grosso do Sul - FTIAA/MS.

Os funcionários disseram que desde que o Diplomata assumiu a antiga Comaves, em novembro do ano passado, os salários têm atrasado, todos os meses. Eles denunciam que sempre foram obrigados a assinar os holerites dentro do prazo dos cinco dias úteis de cada mês, informa Vilson Gimenes Gregório, vice-presidente do STIC/CG e presidente da federação.

Vilson Gimenes está no local em permanente vigília com os funcionários paralisados. A direção da empresa tentou negociar mas os empregados não aceitaram a proposta de voltar ao trabalho e receber o salário na segunda-feira, com dispensa de atividades na quinta e sexta-feira. "Já caímos nessa em períodos anteriores só que fomos enganados. Nada foi depositado em nossas contas", comenta uma funcionária.

O líder sindical informou também que os trabalhadores querem negociar também o reajuste salarial que vai ser aprovado na Convenção Coletiva de Trabalho 2010, cuja data base da categoria é 1º de março. A categoria quer os mesmos percentuais oferecidos pelo Bertin JBS e Friboi JBS, que ofereceram 12% de reajuste para o piso salarial, que passa de R$ 510,00 para R$ 570,00 e de 7% para quem ganha acima desse patamar.

Gimenes disse ainda que os empresários, donos do Diplomata, moram no Paraná e terão que "sentir no bolso" o prejuízo de não vender 35 mil frangos/dia, em função da paralisação dos funcionários. "Eles precisam entender que salário de empregado é sagrado. Não podem deixar de efetuá-los em dia", comentou.