Valquíria Oriqui / Mídia Max | 3 de mar�o de 2010 - 16:25

Bairro de Campo Grande soma 218 notificações com suspeita de dengue

Na Vila Jacy, bairro em que vivia Xisto Ramão Sadhas, de 55 anos, a provável 10ª vítima da dengue, já foram notificados 218 casos suspeitos da doença, segundo a Secretaria Municipal de Saúde Pública. Destes, oito casos já foram confirmados em laboratório. Em toda Campo Grande o número de notificações chega a 17.429 somente nos dois primeiros meses do ano, média 12 casos por hora.

Moradores da região estão assustados com o avanço da epidemia. Em apenas um quarteirão, pelo menos 10 pessoas caíram doentes após serem picado pelo mosquito aedes Aegypti. O número é alarmante tendo em vista a pequena quantidade de casas no quarteirão.

Dona Arlene Pereira de Souza, 54 anos, mora no bairro há 37 anos e já contraiu a doença duas vezes. Assustada com o que aconteceu com o vizinho, Arlene conta que o bairro nunca viveu uma situação como esta. “De dois anos pra cá que a situação ficou crítica. Antes não era assim”.

Dona Arlene atribui a infestação do mosquito na região a quantidade de casas abandonadas. “Se você subir essa rua você vai ver várias casas abandonadas e com as portas fechadas. Além disso as pessoas não têm os cuidados necessários para evitar a proliferação do mosquito. Eu tenho plantas em casa mas tomo todo cuidado necessário”, afirma.

Outra moradora antiga do bairro é a aposentada Dona Maria Marta Andrade Silva, 66 anos. Maria nunca teve dengue, por conta da idade avançada ela teme que o mosquito faça dela mais uma vítima. “Eu já tenho 66 anos, tenho medo de ficar doente. Eu faço a minha parte, mas fazer o que, não depende só de mim”, ressalta.

Ao ser questionada sobre o fumacê (carro que passa no final da tarde nas ruas de Campo Grande burrifando um veneno para matar as larvas do mosquito da dengue), a moradora diz que a última vez que passou foi nesse último sábado (27). “Fazia muito tempo que eles não passavam na rua, muito mesmo!”, afirma.

A família

A esposa de Xisto Ramão Sadhas, Marilene Felix Rodrigues Sadhas, mora no bairro há 4 meses com os dois filhos. A equipe do Midiamax esteve na residência da família e conversou com Marilene, que também está com dengue. Ela conta que quando compraram a casa, era impressionante o número de lixo e de água acumulada no local. “A casa estava abandonada, com certeza isso aqui era um foco de proliferação do mosquito”, afirma.

Xisto deu entrada no Hospital Adventista do Pênfigo na quinta-feira, 25 de fevereiro e veio a falecer no início da tarde de domingo.

Xisto trabalhou 25 anos como motorista da Sanesul e, após se aposentar, passou a realizar “bicos” consertando eletrodomésticos.

Com esse caso, a Capital soma 10 mortes com suspeitas da doença, sendo que desse número, 3 foram confirmados pela Secretaria Municipal de Saúde Pública como óbitos decorrentes da dengue. Os outros, assim como de Xisto, estão sendo investigados.

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