Conjuntura Online | 3 de mar�o de 2010 - 16:07

Líderes tentam impedir implosão após as prévias do PMDB

A preocupação dos principais líderes do PMDB é a mesma das bases eleitorais, tanto na Capital quanto no interior: impedir a divisão do grupo político após a consulta prévia de domingo (7) da qual sairá o candidato do partido que disputará o Senado em outubro.

Afinal, o confronto interno entre o senador Valter Pereira e o deputado federal Waldemir Moka está sendo visto como um grande desafio no grupo liderado pelo governador André Puccinelli.

Particularmente, o deputado estadual Júnior Mochi, vice-presidente do diretório regional, está cético em relação à manutenção da unidade partidária após as prévias do partido marcadas para o fim de semana em todo o Estado.

Apesar disso, arriscou um palpite: “Não posso afirmar que não. Estou na campanha do deputado Moka e tenho a convicção, por parte dele, que isso (racha) não vai acontecer”, declarou o deputado em entrevista ao site Conjuntura Online nesta quarta-feira na Assembléia Legislativa, referindo-se a possibilidade de derrota de seu candidato.

A curiosidade entre os peemedebistas é saber como se comportará Valter Pereira após a proclamação oficial do resultado da eleição interna que deve mobilizar em torno de 25 mil filiados, já que o senador chegou ameaçar a deixar o PMDB caso fosse alijado da disputa pela sua reeleição.

Júnior Mochi não acredita em rompimento por parte de Moka. “Ele tem afirmado isso sistematicamente em todas as reuniões em que tenho participado”, reforçou, falando em nome de seu candidato.

Questionado se há possibilidade de Valter Pereira apoiar Moka em caso de vitória do deputado, Mochi foi lacônico: “Eu acredito, até porque se decidiram pelas prévias é porque queriam se manter no partido e queriam que a militância decidisse o destino do nosso candidato a senador”.

O dirigente não soube dizer se haverá vaga na composição da chapa de candidatos a deputado federal ao derrotado no pleito interno do fim de semana.

“Não sei, houve uma discussão preliminar de ambos os candidatos com o governador, não sei o que trataram, não sei qual é o acordo, mas obviamente o que foi dito pelo governador é que aquele que não vencer as prévias será contemplado no projeto político do PMDB”, arriscou.  

O vice-presidente do PMDB avalia que prévias oxigenaram o partido pelo fato de mobilizar as lideranças políticas, sobretudo, suas bases eleitorais em todo Mato Grosso do Sul.

“O partido hoje está revivendo, resgatando a sua militância, mobilizado, discutindo política interna, política partidária, então, nesse aspecto, as prévias têm sido extremamente positivas”, afirmou.

Ele disse que a expectativa da cúpula peemedebista é que 15 mil filiados votem no próximo domingo.

Indefinições

Júnior Mochi voltou a culpar as cúpulas nacionais dos partidos pelas indefinições políticas em Mato Grosso do Sul, a exemplo de outros centros brasileiros.

O deputado considera natural o quadro político do momento, lembrando que o PSDB ainda não definiu a candidatura do governador de São Paulo, José Serra, à Presidência da República.


“O PT, embora tenha uma candidatura definida ainda não definiu as coligações. A mesma coisa o PMDB, ainda não sabe se vai ou não com o PT”, avaliou. “Então, acho que falta a definição nacional, porque temos partidos orgânicos, uma definição nacional influenciam nas decisões em nível estadual. Ao meu ver os partidos vão se definir a partir da segunda quinzena de abril”, prevê.