Os números da dengue assuntam. Só em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, o número de casos suspeitos já se aproxima de 15 mil com 949 confirmações e uma morte divulgada pela Secretaria Municipal de Saúde. Para ajudar o combate à infestação, estudiosos americanos criaram uma nova variedade de mosquitos modificados geneticamente que não voam, o que deve frear a transmissão do vírus.

No experimento as fêmeas são incapazes de voar devido à interrupção provocada do desenvolvimento das suas asas. Os machos dessa variedade carecem de sintomas visíveis de sua alteração genética, mas, quando se acasalam com fêmeas selvagens, os mosquitos fêmea da geração seguinte já nascem sem poder voar.
A pesquisa ainda está em laboratório, mas estima-se que a nova variedade desses insetos possa ser solta à natureza em 2011. Segundo o farmacêutico e tutor do Portal Educação Ronaldo Costa, por meio da biotecnologia essa forma de combate ao vetor, já conhecida entre epidemiologistas, torna-se uma opção à falta de vacinas específicas.

“Na verdade, a técnica de inviabilizar os vetores de doenças por manipulação genética já foi utilizada. Claro que, se por um lado a dengue é combatida, por outro há influência direta na quantidade de mosquitos viáveis, o que com certeza influenciará também seus predadores naturais”, comenta Ronaldo.

Mosquito

O vírus é transmitido pela picada da fêmea do mosquito Aedes Aegypti e afeta a cada ano entre 50 e 100 milhões de pessoas. Nove países, incluindo o Brasil, apresentaram casos de dengue entre 1995 e 2008. A doença ainda se alastra na Argentina, Bolívia, Costa Rica e Paraguai.